O espetáculo deprimente proporcionado pelos deputados federais na votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no último dia 17 de abril, não chocou apenas a mídia internacional. Os próprios críticos de Dilma se sentiram constrangidos com as palhaçadas da oposição: “pelos fundamentos do cristianismo”, “pela BR-429”, “pelos médicos”, “pela paz de Jerusalém”, “pelo aniversário da minha neta”, etc.
De onde vêm essas pessoas? Esse Parlamento chinfrim constitui mesmo um retrato fiel do País? Longe disso. Um levantamento realizado pelo Datafolha em novembro do ano passado mostrou que 53% dos entrevistados consideravam o Congresso Nacional ruim ou péssimo e 34% julgavam o Legislativo regular. Apenas 8% afirmaram que o desempenho dos deputados e senadores poderia ser classificado como bom ou ótimo. Difícil acreditar que o eleitorado se espelhe em uma instituição tão mal avaliada.
Esse descompasso entre representantes e representados começa no processo de escolha dos deputados. Rigorosamente falando, os parlamentares eleitos não representam a maioria da população: três quintos dos eleitores não tiveram nenhuma responsabilidade pelo show de horrores que se viu na votação do impeachment.
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