Com sete Estados, PMDB passa PSDB em governadores

Pezão, no Rio de Janeiro, um dos sete governadores do PMDB pelo Brasil. Foto: Fernando Maia
Pezão, no Rio de Janeiro, um dos sete governadores do PMDB pelo Brasil. Foto: Fernando Maia

Com 100% das urnas apuradas nos 13 Estados brasileiros e mais o Distrito Federal – que ainda não tinham definido seus governadores – , sete deles foram reeleitos (Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Paraíba, Goiás e Rio de Janeiro ) e sete deles vão para novos governos (Roraima, Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul), substituindo os que estavam no poder. Os números, porém, não representam mudanças totais: em seis Estados os candidatos oposicionistas venceram os partidos que estava na situação (Amapá, Roraima, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul). Com isso, o PMDB supera o PSDB como o partido com o maior número de governadores do Brasil, com sete administradores, seguido pelo PT e pelo próprio PSDB, com cinco cada. Antes, os tucanos comandavam oito unidades da federação.

No Distrito Federal, o vencedor no segundo turno foi o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), que teve 55,56% dos votos, contra 44,44% de Jofran Frejat (PR). Segundo o TSE, o candidato pessebista teve exatos 812.036 votos, contra 649.587 de Frejat. Ele assume o poder no lugar de Agnelo Queiroz (PT), de quem era oposição nos últimos anos. Rollemberg disse, após a divulgação do resultado, que pretende focar seu governo em melhorias econômicas para a região. “”Tenho convicção de que não sou o salvador da pátria, mas que com o apoio da população vamos resgatar o sonho de JK”. disse. “A situação do DF é realmente muito difícil. Existe um déficit já assumido pelo atual governo e publicado no Diário Oficial de R$ 2,1 bilhões. Nós vamos estudar agora com a transição, tendo acesso a todos os dados do DF, quais são as medidas que nos permitirão equilibrar financeiramente o DF”, completou.

Em Goiás, o tucano Marconi Perillo foi reeleito com 57,44% dos votos diante de 42,56% de Iris Rezende (PMDB). Essa foi a terceira vez que os dois políticos disputaram as eleições estaduais, com o tucano saindo vitorioso em todas. Logo após a vitória, ele foi comemorar com aliados e parte da militância na Praça Cívica de Goiânia, onde falou à imprensa sobre seus novos planos para o Estado. ““Vou trabalhar dia e noite para ser um bom governador. Tenho certeza que farei um grande governo, melhor ainda do que esse. Nós não encontraremos agora a dificuldade que encontramos no passado”, disse.

O Rio Grande do Sul também terá um novo governador a partir de janeiro de 2015: trata-se de José Ivo Sartori, candidato pelo PMDB, que venceu no segundo turno com 61,21%% dos votos válidos o atual governador do Estado, Tarso Genro (PT), que terminou a eleição com 38,79% dos votos. Sartori vai para o seu primeiro mandato à frente do Estado e foi um dos poucos casos de reviravolta eleitoral do País, já que ele começou a campanha com menos de 10% nas pesquisas. Segundo o TSE, Sartori teve mais de 3,8 milhões de votos, enquanto Tarso ficou com 2,4 milhões. Na sua fala, ainda durante a comemoração, ele admitiu que ainda não acreditava na sua eleição. “Não caiu a ficha, mas vamos ter muita mudança e renovação. Queremos fazer um projeto de governo, não de poder, vamos montar nosso projeto de trabalho”, afirmou.

O Rio de Janeiro, ao contrário, verá o terceiro mandato de um político do PMDB, com a vitória de Luiz Fernando Pezão, ex-prefeito de Piraí e vice-governador em 2007 e 2014 na chapa de Sérgio Cabral, que estava no poder desde abril depois da renúncia de Cabral. Pezão teve 55,78% e o senador Marcelo Crivella (PRB) somou 44,22% dos votos. Em um hotel na zona sul do Rio de Janeiro, onde acompanhou a apuração, o governador disse que Sérgio Cabral seguirá sendo seu “consultor”. “Tenho que trabalhar muito mais agora para responder aos anseios e ao crédito que a população depositou na minha candidatura. Cabral vai ser minha fonte permanente de consulta”, disse ele. “Poucas vezes teve uma oposição tão unida. Lutei contra Marcelo Crivella, Anthony Garotinho e Lindbergh, três candidatos fortíssimos, e o PSOL, partido que saiu muito forte das manifestações. O PT estava junto com a gente em 2010 e inibiu outras candidaturas”, completou.

No Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) foi eleito governador. Ele teve 55,34% dos votos, contra 44,66% de Delcídio Amaral (PT). O PSDB assume o Executivo do Estado pela primeira vez, enquanto o PMDB deixa o poder após dois mandatos seguidos de André Puccinelli. “Agradeço do fundo do meu coração a cada pessoa que acreditou que, juntos, podemos mudar a política e podemos mudar nosso Estado. É hora de comemorarmos e de termos serenidade. Nosso governo será o governo de cada cidadão de MS, independentemente de seu voto, de seu partido. Que a força da verdade, que venceu a eleição, seja a força da nossa união nos próximos quatro anos”, escreveu ele em seu perfil no Facebook.

No Amapá, Waldez Góes (PDT) foi eleito com 60,58% dos votos, contra 39,42% de Camilo Capiberibe (PSB). No primeiro turno, Waldez teve 42,1% e Camilo Capiberibe teve 27,5% dos votos válidos. Ele comandará o estado pela terceira vez e sua vitória marca o retorno do PDT ao comando do governo amapaense. O mais recente pedetista a ocupar um mandato executivo no estado foi Roberto Góes, derrotado na disputa para a reeleição à prefeitura de Macapá, em 2012.

No Nordeste, poucas mudanças de partidos: na Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) foi reeleito com 52,61% dos votos, diante de Cássio Cunha Lima (PSDB), que ficou com 47,39%. No Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD) foi eleito com 54,42% dos votos contra 45,58% de Henrique Alves (PMDB) e, no Ceará, Camilo Santana (PT) atingiu 53,35% dos votos, contra 46,65% de Eunício Oliveira (PMDB).

O Norte também precisou segundo turno para as definições de governos na maioria dos seus Estados: em Rondônia, Confúcio Moura (PMDB) foi reeleito com 53,43% dos votos contra 46,57% de Expedito Júnior (PSDB); no Pará, Simão Jatene (PSDB) foi reeleito com 51,92% dos votos, contra 48,08% de Helder Barbalho (PMBD); José Melo (PROS) foi reeleito no Amazonas, com 55,54% dos votos frente aos 44,46% de Eduardo Braga (PMDB); em Roraima, a única mulher vitoriosa do Brasil, Suely Campos (PP), foi eleita com uma margem de 54,85% dos votos, vencendo o opositor Chico Rodrigues (PSB), que ficou com 45,15% das escolhas e, no Acre, Tião Viana (PT) venceu o opositor Márcio Bittar (PSDB) por 51,29% dos votos contra 48,71%. O resultado foi o último a ser divulgado pelo TSE por causa do horário de verão distinto na região Norte do País.

Confira a lista dos 14 governadores eleitos em segundo turno neste domingo (26):

Amapá (AP)
Waldez Góez (PDT) – 60,58% ou 220.256 votos válidos
Camilo Capiberibe (PSB) – 39,42% ou 143.311 votos válidos

Acre (AC)
Tião Viana (PT) – 51-30% ou 196.509 votos válidos
Márcio Bittar (PSDB) – 48,70% ou 186.658 votos válidos

Amazonas (AM)
José Melo (PROS) – 55,55% ou 869.992 votos válidos
Eduardo Braga (PMDB) – 44,45% ou 696.465 votos válidos

Ceará (CE)
Camilo Santana (PT) – 53,35% ou 2.417.668 votos válidos
Eunício Oliveira (PMDB) – 46,65% ou 2.113.940 votos válidos

Distrito Federal (DF)
Rodrigo Rollemberg (PSB) – 55,56% ou 812.036 votos válidos
Jofran Frejat (PR) – 44,44% ou 649.587 votos válidos

Goiás (GO)
Marconi Perillo (PSDB) – 57,44% ou 1.750.977 votos válidos
Íris Resende (PMDB) – 42,56% ou 1.297.592 votos válidos

Mato Grosso do Sul (MS)
Reinaldo Azambuja (PSDB) – 55,34% ou 741.516 votos válidos
Delcídio Amaral (PT) – 44,66% ou 598.461 votos válidos

Pará (PA)
Simão Jatene (PSDB) – 51,93% ou 1.858.869 votos válidos
Helder Barbalho (PMDB) – 48,07% ou 1.721.479 votos válidos

Paraíba (PB)
Ricardo Coutinho (PSB) – 52,61% ou 1.125.956 votos válidos
Cássio Cunha Lima (PSDB) – 47,39% ou 1.014.393 votos válidos

Rio Grande do Norte (RN)
Robinson Faria (PSD) – 54,42% ou 877.268 votos válidos
Henrique Eduardo (PMDB) – 45,58% ou 734.801 votos válidos

Rio Grande do Sul (RS)
José Ivo Sartori (PMDB) – 61,21% ou 3.859.611 votos válidos
Tarso Genro (PT) – 38,79% ou 2.445.664 votos válidos

Rio de Janeiro (RJ)

Luiz Fernando Pezão (PMDB) – 55,78% ou 4.343.298 votos válidos
Marcelo Crivella (PRB) – 44,22% ou 3.442.713 votos válidos

Rondônia (RO)
Confúcio Moura (PMDB) – 53,43% ou 419.928 votos válidos
Expedito Júnior (PSDB) – 46,5% ou 366.072 votos válidos

Roraima (RR)
Suely Campos (PP) – 54,85% ou 127.161 votos válidos
Chico Rodrigues (PSB) – 45,15% ou 104.656 votos válidos

Confira a lista dos 13 governadores eleitos no primeiro turno das eleições:

Alagoas
Renan Filho (PMDB)

Bahia
Rui Costa (PT)

Espírito Santo
Paulo Hartung (PMDB)

Maranhão
Flávio Dino (PCdoB)

Minas Gerais
Fernando Pimentel (PT)

Paraná
Beto Richa (PSDB)

Pernambuco
Paulo Câmara (PSB)

Piauí
Wellington Dias (PT)

Santa Catarina
Raimundo Colombo (PSD)

São Paulo
Geraldo Alckmin (PSDB)

Sergipe
Jackson Barreto (PMDB)

Tocantins
Marcelo Miranda (PMDB)


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