Dilma Rousseff é reeleita presidenta do Brasil com 51,64% dos votos válidos

Divulgação da campanha. Dilma em Pernambuco.
Divulgação da campanha. Dilma em Pernambuco.

Dilma Rousseff (PT) será novamente presidenta da República. O resultado oficial das eleições presidenciais se deu por volta das 20h30 deste domingo (26), ainda com 98% dos votos válidos apurados. Com todas as urnas do País analisadas, Dilma venceu Aécio Neves com 51,64% dos votos ou 54.501.118 eleitores que escolheram por sua permanência. O ex-senador ficou com 48,36% ou 51.041.155 do eleitorado brasileiro. A primeira manifestação da presidenta foi via Twitter, logo após a divulgação do resultado. O PSDB se manifestou posteriormente:

Eram dois caminhos para a escolha dos eleitores: A reeleição da presidenta e candidata Dilma Rousseff (PT) ou trazer o PSDB de volta ao poder, após 12 anos, com o candidato Aécio Neves.

A disputa – que teve início trágico com o acidente de avião que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – foi acirrada desde o princípio. Marina Silva (PSB) era cotada para disputar o segundo turno com Dilma Rousseff – fato não foi consolidado na urna. Os institutos de pesquisa não conseguiram registrar a tendência de subida de Aécio Neves. 

Os debates foram acalorados – principalmente os últimos, onde escândalos foram tratados em TV aberta.  

Analistas indicam que este pleito poderá ser lembrado como um dos mais acirrados desde 1989. Pela primeira vez em 26 anos, um candidato que ficou em segundo lugar no primeiro turno chegou a liderar, mesmo que numericamente, as pesquisas de intenção de voto no segundo turno, como aconteceu na semana passada com Aécio Neves. O tucano alcançou 51% dos votos válidos contra 49% de Dilma. Mas a petista reverteu o favoritismo a seis dias da eleição e o quadro seguiu indefinido até o dia da votação. 

Dados

Dilma Rousseff foi a candidata mais votada em 3.527 cidades brasileiras, segundo relatório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu adversário, Aécio Neves, foi o escolhido em 2.043 municípios. Nas estatísticas dos Estados, a petista foi eleita na maior parte do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e no Norte (Amapá, Amazonas, Pará e Tocantins). Nestas duas regiões, Aécio Neves venceu apenas no Acre, em Rondônia e em Roraima, todos no Norte. Já no Centro-Oeste, o tucano foi mais vitorioso, conquistando o eleitorado no Distrito Federal, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul e em Goiás. Ele também ganhou no Espírito Santo e em São Paulo, no Sudeste, e no Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, na região sulista do Brasil. Dilma, por sua vez, se saiu melhor em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, no Sudeste, mas não conseguiu maioria em nenhum dos Estados do sul. Assim, Dilma venceu em 15 unidades do País, deixando Aécio com 11 Estados e mais o Distrito Federal.

Proporcionalmente, Dilma teve o maior número de votos em um único Estado: no Maranhão, onde ela teve margem de 78,6% dos votos. A presidenta alcançou dados parecidos no Piauí, onde 78,22% da população a escolheu. Dilma também teve votação expressiva no Ceará (76,7%) e em Pernambuco (70,25%). Aécio Neves teve a sua maior margem em Santa Catarina, no sul, onde ficou com 64,59% do eleitorado.

Os números não expressam, porém, os votos das capitais desses Estados, onde Aécio conquistou mais eleitores do que Dilma. Ele venceu em 15 dessas cidades, enquanto Dilma foi a mais votada em 12. Exemplos de votações distintas entre Estado e capital são o Pará, onde Dilma teve 57,12% dos votos e perdeu em Belém, local em que o tucano ficou com 52,65% do eleitorado. Em Minas Gerais, onde surpreendentemente Dilma ganhou, a capital Belo Horizonte também preferiu Aécio, com 64,27%. A votação mais expressiva das capitais brasileiras também é tucana: 72,12% dos votos para Aécio em Curitiba, no Paraná. Dilma teve sua maior vitoria em Teresina, no Piauí: 71,75%.

O novo mandato da presidente começa a partir do dia 1 de janeiro de 2015, em uma cerimônia em Brasília, capital do País. Ela ficará no poder até o dia 31 de dezembro de 2019.