O Banco Central da China anunciou uma série de medidas para controlar o crescimento com lupa. Em vez de baixar os juros, mexeu no seu equivalente a depósitos compulsórios (dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a depositar no BC sem remuneração).
O percentual do total dinheiro que os bancos têm em caixa, mas que obrigatoriamente são obrigados a manter no BC, caiu 0,5 ponto, para 19,5%. Para os bancos menores, o recuo foi de um ponto. E, para o Banco de Desenvolvimento da Agricultura, a queda foi de quatro pontos percentuais. Essas iniciativas devem liberar mais de US$ 100 bilhões para azeitar a economia chinesa, de acordo com o The Wall Street Journal.
O objetivo da China é alavancar o crédito oficial, para evitar um eventual estouro da bolha imobiliária local e também fazer um movimento adicional para reorientar o mercado chinês para o consumo interno. A meta não oficial do governo é que seu PIB cresça 7% neste ano. Em 2014, o aumento foi de 7,4%.
Com essa iniciativa, são 12 os Bancos Centrais no mundo que baixaram os juros ou tomaram decisões alternativas, preocupados com a deflação e o fraco crescimento. Na contramão, o Brasil eleva os juros, a despeito dos sinais frágeis do PIB. Ao menos pela cartilha atual, não dá para reduzir o custo do dinheiro na canetada, dados a forte indexação da economia, o peso dos preços administrados (vide aumento de combustíveis e energia) e a força do setor de serviços, que há anos cresce mais do que a média da economia e, naturalmente, eleva seus preços. Está difícil para o Brasil, porque, se ficar o bicho pega, se correr, o bicho come.
Mas vamos ao saldo: a China fez um bem enorme à economia brasileira, uma vez que o país oriental é grande consumidor das commodities nativas. Com mais dinheiro circulando no gigante oriental, ao menos uma parte irá para compras externas e deve sobrar um bocadinho para nós.
Estamos mesmo precisando de boas notícias.
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