Quer impressionar ou seduzir deliberadamente o alvo da sua paixão? Vai de e-mail ou mensagem do Facebook. O conselho é de dois cientistas americanos que investigam as reações emocionas frente às novas formas de comunicação. Allan Dennis e Taylor Wells estudaram o efeito das mensagens de voz e e-mails em 72 jovens em idade universitária para chegar a essa conclusão. Segundo eles, as mensagens escritas podem ser mais eficientes para expressar o que você sente e, por isso, ajudar a conseguir o que deseja em assuntos românticos do que uma mensagem de voz.
Foi a primeira pesquisa a indicar uma vantagem dos e-mails em relações de sedução. Até agora, os dados existentes referendavam a teoria de que a comunicação se torna menos eficiente à medida que nos afastamos do contato direto. Por essa visão, e-mails e outras mensagens de texto não funcionariam tão bem.
“Nas mensagens românticas, o conteúdo foi mais positivo, mais excitante e mais emocional nos e-mails do que nas mensagens de voz”, diz um dos autores, o cientista Allan Dennis, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. “O e-mail é muito melhor quando você quer transmitir uma informação que faça a pessoa ficar pensando sobre ela.”
Dennis e seu colega Taylor Wells, da California State University, usaram sensores para captar reações do organismo dos participantes do estudo. Uma parte dos sensores foi colocada no rosto dos jovens, para medir movimentos associados com emoções positivas e negativas. Outros foram fixados aos pés, para coletar informações relacionadas com a excitação, como a mudança de temperatura. Os jovens foram chamados aleatoriamente para mandar e-mails românticos ou pragmáticos (como “mandei a roupa para a lavanderia e fica pronta amanhã”) ou enviar mensagens de voz.
Os pesquisadores observaram que, ao escrever, os jovens levaram mais tempo para escolher as palavras cuidadosamente e para se certificarem de que a linguagem transmitiu o sentido exato do que queriam dizer. Viram também que os jovens usaram linguagem mais forte e mais positiva nos e-mails românticos do que o grupo que deixou mensagens de voz. ”Esse processamento extra pode aumentar a excitação”, avalia Dennis.
Na avaliação das reações fisiológicas dos participantes do estudo, Dennis e Wells viram que os e-mails românticos ou sedutores produziram respostas mais intensas e excitantes do que o correio de voz, independentemente do conteúdo e do gênero do remetente.
O meio é a mensagem
O estudo demonstrou que o meio utilizado pode moldar o conteúdo da mensagem. Remetentes de mensagens práticas (as chamadas utilitárias, como “deixei o livro na portaria para você”) enviaram e-mails menos positivos do que as mensagens de voz usadas para cumprir a mesma tarefa.
Para Allan Dennis, os resultados do estudo reforçam a necessidade de rever pressupostos estereotipados sobre as novas ferramentas de comunicação. Para o pesquisador, muitas crenças não resistem a um estudo que meça, por exemplo, as reações fisiológicas como ele fez. “Embora o correio de voz, e-mail e mensagens de texto sejam parte da vida cotidiana, pouco se sabe sobre a sua influência na compreensão das mensagens”, diz Dennis.
Os pesquisadores também se preocupam em afirmar que seu estudo não permite concluir que outras formas diretas de comunicação não sejam tão úteis. “Se alguma coisa não está muito clara e você quer ter certeza de que todos têm a mesma compreensão, o melhor são as reuniões presenciais, videoconferências e até um telefonema “, diz Dennis.
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