Há pelo menos um ano nos noticiários, a crise hídrica no Estado de São Paulo passou despercebida em Brasília. A Câmara dos Deputados concedeu ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) o prêmio Lucio Costa Mobilidade, Saneamento e Habitação.
A escolha, feita pelos parlamentares da Comissão de Desenvolvimento da Casa, tinha como objetivo “reconhecer as iniciativas que buscam a melhoria da vida dos cidadãos no que diz respeito à mobilidade, saneamento e habitação no Brasil”, nas palavras do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), presidente da comissão.
Alckmin foi indicado ao prêmio pelo correligionário e deputado federal João Paulo Papa (SP) justamente por conta dos trabalhos desenvolvidos na Sabesp, a companhia de saneamento básico paulista que há meses recorre ao segundo volume morto do Sistema Cantareira para abastecer a Grande São Paulo.
Embora a Sabesp afirme que o índice útil de água esteja em 15,3%, esse volume estaria, na verdade, em 13,9% negativos, segundo as contas de Marzeni Pereira, ex-tecnólogo da Sabesp por 23 anos, em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos.
Papa prefere o argumento de que o governador lidera uma gestão que faz de São Paulo o Estado da Federação mais próximo da universalização dos serviços de saneamento básico.
Ao lado do governador paulista, o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner (DEM), levou o prêmio. Ele implantou na cidade de Curitiba um modelo de mobilidade urbana, de preservação de áreas verdes e de reciclagem de resíduos sólidos que ficou internacionalmente conhecido.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, levou o prêmio Personalidades. O resultado se deve à implantação da Área de Especial Interesse Urbanístico da Região do Porto do Rio de Janeiro e à Operação Urbana Porto Maravilha, que prevê a reestruturação de uma região histórica.
*com Agência Câmara
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