NOTAS LITERÁRIAS
Aproveitando a passagem da 21a Bienal de São Paulo, eis aqui alguns títulos que valem a pena, tanto para pesquisa quanto para seu bel prazer: O Gosto do Vinho, de Émile Peynaud e Jacques Blouin, Editora Martins Fontes. Uma verdadeira bíblia para os apreciadores do vinho. Um estudo minucioso que traz ainda todas as instruções técnicas para a degustação. Preço médio, R$ 150. Manual Didático do Vinho: Iniciação à Enologia, de Daniel Pinto, Editora Anhembi Morumbi. Serve de apoio ao estudo de muitos sommeliers renomados. Fala de maneira simples e didática, desde os processos de produção dos vinhos até as peculiaridades de cada país produtor. Preço médio, R$ 90. Guia de Vinhos, Manoel Beato, Editora Larousse. Com edição atualizada e revisada, o guia do sommelier mais renomado do País dispõe de notas de harmonização, tanto em relação aos pratos quanto às diferentes ocasiões para o consumo de vinho, além de notas de prova de mais de 400 vinhos, com pontuação e média de preços. Preço médio, R$ 40. Vale a pena ler e se esbaldar. Fica a dica.
MAIS UM BRASILEIRO PARA APLAUDIR |
Uma das novidades brasileiras que está causando ótimas impressões entre os especialistas, principalmente nas degustações às cegas, é o vinho da casta Arinarnoa, Linha Identidade da vinícola Casa Valduga. Essa casta híbrida é proveniente de um cruzamento genético entre a uva Merlot e a uva Petit Verdot, ambas autóctones da região francesa de Bordeaux.
Produzido no município de Encruzilhada do Sul, situado na Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul, descansa seis meses em barricas de carvalho. Tem coloração intensa, é bastante retinto, com aromas de frutas negras, tabaco, chocolate e especiarias, e uma estrutura consistente, repleta de frescor e taninos elegantes. A primeira safra a ser lançada no mercado é a de 2006, o que já ganha alguns pontos a favor, pois aporta ao vinho uma certa evolução, quesito importante para um vinho de estrutura tânica notável e potencial de guarda. Mais um excelente exemplar para nos deixar cheios de orgulho. Um brinde ao vinho brasileiro! |
Ó DÚVIDA CRUEL!
Um assunto muito discutido no mundo do vinho é a decantação: quando, como e para que devemos decantar um vinho?
Um conceito que deve ficar bastante claro é a diferença entre decantação e aeração.
A decantação é a separação da parte sólida (a chamada borra) da parte líquida do vinho, e isso pode ser feito para dois tipos: aqueles mais antigos e que tiveram sua matéria corante sedimentada, e aqueles produzidos sem filtragem e que apresentam sedimentos.
A aeração é feita quando os aromas do vinho estão “fechados”, ou seja, ainda não estão com toda plenitude e explosão desejada. Para estes, basta verter o líquido em um recipiente largo (decanter), para aumentar a superfície de contato do líquido com o oxigênio e assim volatilizar os aromas. Para decantar um vinho que apresenta sedimento, o processo é um pouco mais cuidadoso. Com o auxílio de uma vela acesa embaixo do gargalo da garrafa, verte-se o líquido no decanter até visualizar uma leve “sombra” (os sedimentos) no líquido. Neste momento, é hora de parar. Mas qual tipo de vinho se beneficia mais com a aeração?
Sem dúvida nenhuma aqueles mais jovens, que possuem aromas mais “fechados”, pois vinhos mais antigos podem perder seus aromas muito rapidamente. Nesse caso, é melhor manter o líquido na própria garrafa e utilizar um “descanso”, uma espécie de cesta que mantém a garrafa em ângulo de mais ou menos 15° e evita que o sedimento se misture ao líquido no momento de servir o vinho. Esclarecida a dúvida, o resto é puro prazer e diversão. Saúde!
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