Na manhã desta terça-feira (10), alunos do ensino médio da Escola Estadual Fernão Dias Paes ocuparam as dependências da escola em protesto contra as medidas tomadas pelo governador Geraldo Alckmin em relação às instituições de ensino de São Paulo. Em outubro, Alckmin anunciou que a educação no Estado passaria por uma “reestruturação” que resultará no fechamento de mais de 90 escolas. No começo deste mês, professores de diversas instituições já relatavam um aumento dos alunos em sala de aula.
Com palavras de ordem como “Se a escola for fechar, a cidade vai parar/ se a gente resistir, o Geraldo vai cair, vai cair, vai cair”, o protesto na Fernão Dias começou logo cedo, organizado por estudantes do ensino médio do período da manhã. Um grupo de alunos ocupou as salas de aula e começou a gritar palavras de ordem contra o fechamento das salas e contra o governo de Geraldo Alckmin. No momento em que a reportagem de Brasileiros estava no local, dez viaturas e duas bases operacionais móveis da Polícia Militar estavam estacionadas na frente da escola.
Para o estudante do 9º ano, Gustavo Souza e Silva, ouvido pela reportagem, o governo não está dialogando com os alunos e o fechamento das salas de aula vai prejudicar muito a vida dos estudantes. “O governo não quer ouvir as nossas reivindicações, por isso estamos ocupando a escola para chamar a atenção da mídia.” Segundo Gustavo, o protesto se dá em função do fechamento dos ensinos fundamentais I e II na escola, que, em 2016, deverá oferecer somente o ensino médio aos alunos.
Já a estudante Inara disse que o principal problema desta medida é o fato das crianças terem de mudar de escola no ano que vem, o que afeta a vida das famílias que moram próximas à instituição. “Muitos alunos vão ter que mudar de escola, várias crianças vivem aqui perto. Isso vai prejudicar muita gente, por que é uma escola muito boa e muitos pais vão se ferrar, trabalhar muito para poder mudar de escola.”
Também do 9º ano, a aluna Thaysa Alexia de Castro disse que os alunos precisam se organizar melhor para chamar a atenção do governo. “Desse jeito que eles estão fazendo, hoje eles gritam mas amanhã já volta tudo ao normal. Eles precisam se organizar mais, tentar chamar mais atenção para a escola.”, argumentou. “Esse fechamento vai trazer muita dificuldade para as famílias dos alunos, que vão ter que procurar outras escolas, às vezes bem mais longe. Não consigo entender como isso vai mudar pra melhor as coisas”.
A diretora e a coordenadora da escola estavam presentes no local, mas não quiseram se pronunciar pois não podem conceder entrevistas sem a devida autorização da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
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