Qual o protagonismo de uma feira como a Basel Miami dentro de um sistema de arte que contempla várias bienais e museus abertos à arte contemporânea? Como jurada da última edição da Feira ArteAméricas, que também ocorre em Miami, tive a oportunidade de conferir o entusiasmo da comunidade artística, cada vez mais aberta a esse gênero de manifestação. O mesmo ocorre com outras feiras, como a SP-Arte, de São Paulo, e a arteBA, da Argentina.
Descendente direta da europeia Art Basel, a Art Basel de Miami tem um charme extra por acontecer numa cidade abraçada pelo mar, cercada pelo agito permanente dos bares espalhados ao redor do pavilhão. Consagrada como vitrine ideal para expositores, compradores e visitantes da América Latina a Art Basel de Miami, sediada no sul da Flórida, é muito mais próxima do que a sua matriz na Europa, o que diminui consideravelmente os custos de transporte e de seguros.
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Hoje a Art Basel não se restringe mais às artes e provoca eventos de música, cinema, arquitetura e design. Em torno da feira também gravitam exposições organizadas pelos museus americanos e programas especiais para colecionadores de arte e curadores. Várias galerias brasileiras se deslocam para mostrar seu elenco, como as paulistanas Casa Triângulo, Fortes Vilaça, Leme, Luciana Brito, Luisa Strina, Millan, Marília Razuk, Nara Roesler, Raquel Arnaud, Vermelho e a carioca A Gentil Carioca. Atualmente as feiras têm uma preocupação formal e fazem montagens inspiradas nas grandes bienais. Não se pode esquecer de que os críticos já estão fortemente envolvidos, especialmente como jurados e participantes de mesas e debates, colocando pensamento num ambiente movido pelo marketing.
Durante os cinco dias do evento novos dólares serão injetados no mercado de arte de Miami, que envolve milhões de dólares. Com uma participação mais densa, a edição deste ano reúne cerca de 250 galerias e 2 mil artistas, sendo que para alguns deles a feira pode ser um eficiente trampolim para chegar a outros continentes.
Nos cinco dias de atividades, a Art Basel de Miami arrasta multidões não só pela qualidade das obras expostas, mas também por ser o mais importante evento cultural da região, uma convergência anual de galerias, curadores, críticos, diretores de museus e instituições, artistas internacionais e revistas especializadas. Além disso, tornou-se o canal mais eficiente para escoar grande parte da produção internacional.
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