Grupo desenvolve aplicativo contra crimes de agentes públicos

No último mês de novembro, cinco rapazes foram mortos a tiros por policiais militares. Eles estavam em um carro quando foram metralhados.
No último mês de novembro, cinco rapazes foram mortos a tiros por policiais militares. Eles estavam em um carro quando foram metralhados.

Os crimes cometidos pelos agentes públicos poderão ser denunciados por meio de uma nova ferramenta. Para facilitar a autodefesa do cidadão fluminense contra a violência policial, a rede Meu Rio, em parceria com movimentos sociais e moradores de favelas,  lançará no fim do mês o aplicativo #SemEsculacho.

“Será uma ferramenta voltada para o usuário do celular, mas que também estará disponível na web”, disse Guilherme Pimentel, coordenador do projeto. “É basicamente o que a população já coloca nas redes sociais, mas vamos qualificar essa participação. Queremos servir de ponte para oficializar essa denúncia”, disse o integrante da rede de mobilização. “A ferramenta também vai valorizar o policial, o guarda municipal, enfim, o agente público, que preserva os direitos do cidadão”, acrescentou.

Em 2015, dezenas de denúncias de assassinatos e fraude processual foram feitas contra policiais. No último mês de novembro, cinco rapazes foram mortos a tiros por policiais militares. Eles estavam em um carro quando foram metralhados. Os policiais foram acusados de forjar a cena do crime. 

Na semana passada, oito policiais militares foram presos suspeitos de torturar, roubar, ameaçar e humilhar quatro jovens entre 13 e 23 anos, em Santa Teresa, bairro da região central da capital fluminense. 

“O Sem Esculacho é um grupo de ação que conta com o apoio de voluntários para desenvolver os projetos. A ideia é divulgar o aplicativo e, depois, pressionar e reivindicar, para ajudar a resolver esse problema”, explicou Pimentel. Queremos influenciar positivamente na construção de uma segurança publica que valorize a vida. Precisamos sair dessa falsa ideia de que são casos isolados”.

Criado em 2011, Meu Rio reúne cerca de 200 mil pessoas, na luta por uma cidade inclusiva e sustentável, por meio da comunicação digital. A rede pretende organizar oficinas sobre o uso desse tipo de ferramenta. “Estamos articulando saberes e autores que já trabalham com isso, e estamos em um esforço para organizar esse conhecimento para quem quiser se apropriar dele e melhorar sua atuação cidadã”. 

É garantido o anonimato do autor das denúncias e vídeos. Todo o material passará por uma triagem e será encaminhado ao Ministério Público e autoridades competentes.

Acesse o site caso queira se voluntariar para participar da construção do aplicativo


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