Caríssimos, acompanhei toda a novela da chegada da seleção brasileira. Já desabafei no post de sexta-feira, mas ainda não esgotei o assunto na minha cabeça. Achei que só Felipe Melo seria trucidado, e já ia até saindo em defesa dele. Não por achar que seja admissível o que ele demonstrou em campo, até pisou em outro jogador, mas por não ver os outros responsáveis sendo expostos. Dunga merecia a demissão, não foi surpresa nenhuma. O ditador, que anulou talentos individuais em prol de uma seleção sem brilho, merecia mesmo o caminho de casa. Mas não me venham com conversa mole, toda a CBF sustentou Dunga e sua trupe por vários meses, mesmo nas últimas semanas, e agora quer lavar as mãos, transferindo a culpa para os outros. Ricardo Teixeira não teve responsabilidade alguma? Quem demite esse cara? Essa atitude, de buscar um bode-expiatório, é imoral. Nunca me esquecerei do nosso saudoso Telê Santana, que perdeu duas Copas seguidas, mas assumiu a culpa pelas duas derrotas na beira do gramado, no momento do apito final, e foi cumprimentando todos os jogadores, elogiando e agradecendo. Telê assumiu as culpas até morrer.
Não aguentei ler a declaração do zagueiro do Fluminense André Luiz, que disse que a conduta de Felipe Melo é absolutamente condizente com sua posição no campo, e disse: “Pelo que eu acompanhei, ele não fez nada de anormal. O Felipe é volante, a posição exige que o jogador chegue duro na marcação”. Então é assim: macho que é macho desce o sarrafo, chuta e pisa em cima. Meu Deus, ainda bem que eu só assisto futebol a cada 4 anos, pois esse vale-tudo eu não aceitarei jamais. Quando se pede por testosterona em campo, isso não significa que queremos um bando de selvagens. Ser homem não significa isso não. Vejam se, entre as quatro seleções que vão disputar a semifinal, alguém joga dessa maneira? Alguns posts atrás eu questionei se os príncipes eram realmente necessários, e não hesitei em estampar a foto de Cristiano Ronaldo, com seu corpão maravilhoso, mas cuja crista ainda não tinha sido cortada. Agora, eu estou certo que sim, são sim. Afinal de contas, a távola era redonda, pois Arthur era o rei. Em um conjunto de medíocres, um príncipe faz falta – leiam Henrique V, de Shakespeare. Abraços do Cavalcanti.
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