A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula devem participar da comemoração do 1º de Maio no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Durante a manifestação, Dilma deve anunciar o reajuste dos benefícios do Bolsa Família. O índice do aumento não está fechado. O Orçamento de 2016 reservou R$ 1 bilhão para a atualização, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o que em tese permitiria um aumento de cerca de 4%. O ministério informou, porém, que ainda não houve nenhuma definição sobre o valor do aumento.
Atualmente o benefício médio pago às famílias é de R$ 164 por mês. Entre janeiro de 2011 e outubro de 2015, o benefício médio aumentou 73,69%, bem acima dos 37,86% da inflação medida pelo IPCA.
O reajuste, contudo, enfrenta resistência na área econômica do governo. Nesta quinta-feira (28) o secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, disse que, a despeito da previsão de recursos para o aumento, não existe espaço fiscal para isso, a não ser que o Congresso Nacional aprove uma revisão da meta fiscal de 2016. Os assessores da presidenta também a aconselharam a conceder um reajuste para a tabela do Imposto de Renda, para compensar os efeitos da inflação do ano passado (10,67%).
Neste domingo, a CUT vai aproveitar as comemorações do Dia do Trabalho para promover manifestações contra o impeachment em pelo menos 40 cidades do País. Na capital paulista, a manifestação também conta com o apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da UNE (União Nacional dos Estudantes). No interior do Estado, a central sindical também realizará manifestações em Osasco, São Bernardo, Campinas, Bauru, São José do Rio Preto e São Sebastião.
Nos demais Estados, a CUT agendou atos na maioria das capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Fortaleza, São Luís, Belém, Boa Vista, Palmas, Brasília, Goiânia, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Em Teresina, a festa deve começar ainda neste sábado. Em Macapá, a manifestação está programada para o dia 6.
Também há manifestações agendadas para grandes cidades do interior, sobretudo na Bahia (Itabuna, Vitória da Conquista, Camaçari) e em Santa Catarina (Chapecó, Joinville, Laguna e Blumenau).
Enquanto a CUT promoverá manifestações em todo o país, a Força Sindical e a UGT vão realizar um ato em favor do impeachment na praça de Bagatelle, na zona norte da cidade. Além disso, manifestantes favoráveis ao afastamento da presidenta também vão se reunir no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em um ato convocado pela Conlutas, ligada ao PSTU.
Dilma tenta aproveitar o tempo que dispõe no Palácio do Planalto para concluir obras e aperfeiçoar programas que interessam aos movimentos sociais, para se contrapor às diretrizes neoliberais do programa do PMDB, que agora defende explicitamente a “flexibilização” de direitos trabalhistas e o corte de gastos sociais na saúde e na educação.
Em um documento intitulado “A Travessia Social”, divulgado pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, o PMDB defende a transferência para o setor privado de tudo o que for possível na área de infraestrutura, o que prevê um aumento considerável das privatizações e concessões. Em entrevista ao SBT, o vice-presidente negou que irá reduzir programas sociais, como o Bolsa Família: “Não vou mexer em nada disso. Pelo contrário”. Os conselheiros de Temer na área econômica, contudo, têm defendido a fixação de um teto para as despesas públicas e uma espécie de pente-fino nos programas sociais.
A presidenta Dilma também acelerou as inaugurações de obras antes que o plenário do Senado vote o seu afastamento. Na terça-feira (26), ela entregou 2,8 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida em Salvador. Também foram entregues empreendimentos em São Carlos e Pirassununga, em São Paulo; em Caucaia, no Ceará; e em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, num total de 5.293 moradias.
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