Após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser afastado do cargo de deputado federal, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, cancelou a sessão para impedir que os parlamentares se manifestassem ao microfone.
Deputados então ocuparam a mesa diretora e a deputada Luiza Erundina mais uma vez sentou na cadeira de presidente da Câmara para presidir a sessão. Os parlamentares então subiram à tribuna para se pronunciar, mesmo sem microfones.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou a decisão de Maranhão de encerrar a sessão extraordinária: “Maranhão cometeu um erro gravíssimo ao tentar calar a nossa voz num dia em que todos querem celebrar essa vitória. Fomos à Procuradoria-Geral da República pedir o afastamento de Cunha. Fomos ao Conselho de Ética pedir a cassação do mandato. Vamos lutar hoje para que a Câmara dos Deputados nunca mais seja presidida por um réu criminal. Vamos à sala de Maranhão para que ele reabra a sessão e os microfones sejam ligados. Ninguém vai nos calar”.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que transmitiu as falas por meio de sua página de Facebook, também criticou a ação de Maranhão, além de questionar a demora do STF em decidir afastar Cunha de seus cargos: “Queremos o ‘Fora Cunha’, mas por que demorou mais de 140 dias, se todos os elementos já estavam à disposição? Não vamos aceitar o golpe e a farsa articulados por ele. Cunha continua em ação, o encerramento desta sessão foi determinado por ele, impedindo que a TV Câmara transmitisse ao vivo. O processo de impeachment nunca poderia ter sido conduzido por um corrupto como Eduardo Cunha. O senhor Temer não tem legitimidade depois de uma sessão presidida por um delinquente como Eduardo Cunha”.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) convocou todos os parlamentares a não aceitaram a sessão do dia 17 de abril, na qual foi votado o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff: “Cunha e Temer agiram juntos para o golpe. Como podemos dar legitimidade à sessão golpista dirigida por Cunha? O Brasil não pode se curvar. Não se submeterá a um governo espúrio e golpista a partir da conspiração de Temer. Por que só agora afastam Eduardo Cunha?”.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o STF tem de se explicar com relação à demora em decidir sobre o afastamento de Cunha: “O governo já anunciou que vai pedir nulidade de todos os atos relativos ao impeachment presididos por Cunha”.
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