A Operação Lava Jato já coleciona a derrubada de três ministros no governo interino de Michel Temer, há 35 dias no lugar de Dilma Rousseff, afastada desde 12 de maio. Desta vez, quem pediu demissão foi o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, acusado em delação premiada de receber ilegalmente R$ 1,55 milhão para abastecer sua campanha derrotada ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
Antes da renúncia de Alves, já haviam saído Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), ambos por citações ou declarações sobre a Lava Jato em gravações feitas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável por transportar o combustível da estatal.
É a segunda vez que o nome do ex-ministro é relacionado ao caso. Ele foi citado por um dos primeiros delatores, Alberto Yousseff, ocasião em que passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, chegou a autorizar buscas e apreensão em sua casa, quando foi revistada pela Polícia Federal.
No PMDB antes de o nome do partido ganhar o “P”, Alves foi deputado federal por 11 mandatos consecutivos pelo Estado do Rio Grande do Norte. Chegou à presidência da Câmara dos Deputados em 2013. Alves também foi ministro do Turismo de Dilma, de 16 de abril de 2015 a 28 de março de 2016, mas pediu demissão a pedido de Temer semanas antes do afastamento da presidenta.
Político e empresário de profissão, Henrique Eduardo Alves, formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas seu nome não consta em nenhuma seccional da OAB, embora os sites do governo informem que ele é advogado. Ele é um dos proprietários do Sistema Cabugi de Comunicação, do qual fazem parte uma afiliada da Rede Globo, duas rádios e um jornal, a Tribuna do Norte, que preside.
Deixe um comentário