Startups ou empresas em estágio inicial se deparam com uma série de desafios para atingirem maturidade no mercado.
Entre os obstáculos mais frequentes estão a estruturação no modelo de negócio, encontrar profissionais alinhados com a cultura da startup, financiamento e até mesmo definir o produto ou a solução que empresas ofertam. Segundo a pesquisa “Demografia das Empresas”, realizada pelo IBGE, mais da metade das empresas fundadas no Brasil fechou as portas após quatro anos de atividade. A pesquisa teve como base dados do ano de 2013.
Ao mesmo tempo, startups que apresentam soluções que visam inovar mercados tradicionais tendem a se beneficiar de momentos de desaceleração econômica. Segundo a ABStartups, o número de empresas cadastradas em 2015 cresceu 25% em relação ao ano anterior. A estimativa, aponta a associação, é que o mercado de startups movimente aproximadamente R$ 2 bilhões ao ano.
Para especialistas e empreendedores, não há uma solução única para manter a empresa nos eixos e torná-la escalável. Porém, o senso comum de que muitos empreendedores precisam fracassar antes de, finalmente, emplacar uma startup pode ser evitado com certas precauções e, muitas vezes, com acesso à informação, incluindo o aprendizado a partir de mentorias com profissionais experientes no mercado.
Nesse sentido, uma série de iniciativas no Brasil tem voltado seus olhos para jovens empresas com o objetivo de dar apoio para que elas aumentem suas chances de sucesso no mercado.
No ano passado, a petroquímica Braskem lançou seu programa de apoio ao empreendedorismo e inovação, o Braskem Labs, em parceria com a Endeavor, agência de fomento ao empreendedorismo.
Em sua segunda edição, o programa selecionou projetos que integram a química ou o plástico em soluções inovadoras, além de propostas que visam combater o mosquito Aedes aegypti.
Para Marcelo Fornereto, diretor de Logística da Braskem e um dos mentores do programa, empreendedores devem se atentar à estruturação de seus negócios. “Um aspecto muito importante é ter a consciência dos riscos que se terá durante a etapa de crescimento. Muitas vezes, o empreendedor não se antecipa aos desafios do crescimento. É preciso ter essa percepção de ‘estou realmente preparado para crescer?’”, aconselha.
Maximiliano Selistre Carlomagno, sócio-fundador da Innoscience, consultoria especializada em gestão da inovação para grandes empresas e também mentor do Braskem Labs e da Endeavor, indica que é preciso, antes de tudo, identificar uma oportunidade de inovação. “Encontre um problema relevante, frequente e mal resolvido de um determinado segmento e não foque na sua ideia antes disso”.
Com base em suas experiências no mercado de startups, pedimos para os dois mentores do Braskem Labs identificarem os principais obstáculos que empreendedores enfrentam e qual é a melhor saída para superá-los.
1 – Identifique uma oportunidade para inovar
De olho no mercado efervescente de startups, muitos empreendedores deixam de estruturar seus modelos de negócio e focam apenas na ideia, um erro comum na visão de especialistas. Para Carlomagno, antes de focar na ideia ou solução, o empreendedor deve fazer o exercício de encontrar um problema que seja relevante, frequente e ainda mal resolvido de um determinado segmento do mercado.
2 – Não basta ter uma boa ideia, ela precisa ser um produto funcional
Para Marcelo Fornereto, da Braskem, muitos empreendedores estão munidos de uma boa ideia, porém o produto em si não está pronto para o mercado. “É preciso rever questões da aplicabilidade da tecnologia. Caso o produto envolva pesquisa de materiais, o empreendedor precisa dedicar tempo e, muitas vezes, recursos para pesquisa científica, firmar parcerias com pesquisadores da área para chegar a uma solução mercadologicamente viável”, aconselha acrescentando que o empreendedor precisa estar aberto para fazer adaptações no produto original ao longo do caminho.
3 – Desenvolva algo novo e útil, mas não se esqueça do modelo de negócios
“Monte algo realmente útil e mais acessível do que as alternativas existentes, gerando valor para o segmento priorizado, ao mesmo tempo crie uma forma de entregar isso de maneira eficiente e rentável a partir de um modelo de negócio consistente”, indica Carlomagno.
4 – Tenha uma equipe multidisciplinar, mas esteja pronto para delegar
“Quando a empresa é pequena é fundamental que todo mundo faça tudo e que as competências se complementem. Porém, à medida que se cresce, o empreendedor precisa estar ciente de que ele não conseguirá fazer de tudo e que, no fundo, é preciso saber como administrar uma empresa”, ressalta Fornereto.
5 – Entenda a concorrência
Entender que “não existe concorrente” pode ser um perigo e não uma vantagem. “Os empreendedores tendem a perceber como concorrente apenas soluções idênticas as suas”, alerta Carlomagno. A ideia poderá ser comparada sempre que um consumidor conseguir uma solução ou forma de resolver um problema, seja esta forma boa ou ruim, com ou sem tecnologia, diz o mentor.
6 – Esteja pronto para crescer
Fornereto alerta que um aspecto muito importante é o empreendedor ter consciência dos riscos durante a etapa de crescimento. “Muitas vezes, o empresário não se antecipa aos desafios do crescimento. É preciso ter essa percepção de ‘estou realmente preparado para crescer?’. Muitas startups estão ainda em estágio inicial e acreditam que vão avançar até o estágio 10, porém não percebem que o meio do caminho é crítico. É preciso se organizar internamente, definir bem o passo a passo, entender o ponto de vista da indústria e o canal de distribuição do produto. A empresa precisa estar bem estruturada para chegar a esse estágio 10”, ressalta o executivo.
7 – O financiamento de uma empresa não está apenas na venda de participação
“Amplie a visão sobre as alternativas de gerar recursos, por exemplo, vendendo o produto, antecipando receitas futuras, fazendo o licenciamento de tecnologia ou mesmo plugando sua solução numa cadeia de valor existente de grandes empresas”, aconselha Carlosmagno.
Para saber mais sobre o Braskem Labs, acesse o site.
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