A repressão da Polícia Militar à manifestação contra Michel Temer em São Paulo deixou uma jovem cega de um olho. Deborah Fabri foi atingida por um estilhaço de bomba, levada ao Hospital das Clínicas e internada. Na tarde desta quinta-feira ela saiu do hospital e escreveu em sua página de Facebook que havia perdido a visão de um olho.
Imediatamente depois da decisão do plenário do Senado de afastar definitivamente Dilma Rousseff da Presidência da República, uma multidão desceu às ruas de todo o Brasil em protesto contra o resultado do impeachment e a ascensão de Temer ao poder. A resposta veio rápido na forma de bombas de efeito moral e prisões praticadas pela Polícia Militar.
Em São Paulo, a tensão chegou ao clímax por volta das 20h15, na Avenida Ipiranga, quando o grupo se aproximou do prédio da RBS, empresa de comunicação afiliada da Rede Globo. Os homens da Brigada Militar formaram um cordão de isolamento ao redor do edifício e dispararam mais bombas de gás na multidão. Alguns manifestantes queimaram pneus no meio da avenida e tentaram revidar com pedras arremessadas contra os policiais.
A Polícia Militar dispersou com bombas e gás lacrimogêneo, por volta das 20h30, a manifestação que ocorria no centro da capital paulista contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que também pedia a saída do presidente da República Michel Temer.
Quando a passeata estava na Rua da Consolação no cruzamento com a Rua Maria Antonia, bombas da PM foram lançadas nos manifestantes. Logo em seguida, rojões foram atirados nos policiais. A reportagem procurou a assessoria de imprensa da PM que disse não saber o que motivou o lançamento das bombas.
A ação da PM fez com que a passeata se dividisse em manifestações menores. Parte dos ativistas desviou da Rua da Consolação para a Rua Augusta e deu prosseguimento ao protesto. Outros, correram para a Praça Roosevelt, onde bombas e gás também foram lançados pela polícia. A intenção dos ativistas era encerrar a manifestação em frente ao jornal Folha de S.Paulo, na Rua Barão de Limeira. Segundo o Grupo de Apoio ao Protesto Popular (Gapp), ao menos uma pessoa foi ferida superficialmente por uma bomba da PM.
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