CULTURA!Brasileiros: cinema em destaque

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Cinema Novo e retomada

Neste ano, Cinema Novo (foto), do diretor Eryk Rocha, tornou-se a primeira produção brasileira a conquistar o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Cannes. O longa-metragem é uma ode ao movimento cinematográfico encabeçado por nomes como Glauber Rocha (pai de Eryk), Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 1960. O filme será exibido pela primeira vez no País na abertura do 49º Festival de Brasília (de 20 a 27/9). Além da mostra competitiva, nesta edição o festival apresenta sessões especiais; em uma delas será exibido O Beduíno, novo longa-metragem de Júlio Bressane, ponta de lança de outro movimento que marcou história, o Cinema Marginal. A dupla de diretores pernambucanos Lírio Ferreira e Paulo Caldas também será homenageada no encerramento do evento, com a projeção de seu longa-metragem Baile Perfumado (1997), um dos títulos que impulsionaram a retomada do cinema brasileiro. 

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Encontro com a morte

Em 2003, o filme sul-coreano Old Boy, de Park Chan-wook, conquistou a crítica e o público com uma narrativa que mistura ação e humor negro. Um Dia Difícil, do mesmo diretor, que estreia no dia 15, segue a mesma toada de suspense com pinceladas de surrealismo e sátira social. A narrativa é protagonizada por Gun-su (Lee Sun-kyun), um detetive corrupto que entra numa enrascada: ele atropela um homem e, sem remorso, decide colocar o corpo da vítima dentro do caixão de sua mãe, a cujo funeral ele estava se dirigindo. O clima de suspense evoca o mestre Hitchcock, mas o espectador se diverte mesmo é com as diversas e malsucedidas trapalhadas do protagonista para ocultar o cadáver.

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Curiosidade mórbida

A cultuada série americana Twin Peaks marcou a história da TV norte-americana no começo dos anos 1990. Criada pelo cineasta David Lynch, a trama unia suspense e ironia ao retratar o mistério imortalizado na frase “Quem matou Laura Palmer?”. Twin Peaks é uma das referências centrais do filme brasileiro Mate-me por Favor, primeiro longa-metragem da diretora carioca Anita Rocha da Silveira. O filme conta a história de quatro meninas da Barra da Tijuca, na zona sul do Rio de Janeiro, que têm a rotina alterada por uma série de homicídios sombrios. Terror de cunho sarcástico, o filme faz um retrato dos dilemas da juventude, como a descoberta da sexualidade e a relação conflituosa com os pais. O longa, que também estreia no dia 15, foi um dos destaques da mostra paralela do Festival de Veneza, ao lado de Boi Neon, de Gabriel Mascaro.

"L'Attesa" di Piero Messina

Trauma familiar

No filme A Liberdade É Azul (1993), primeiro título da Trilogia das Cores de Krzysztof Kiéslowski, Juliette Binoche vive uma modelo que entra em profunda depressão depois da morte do marido e de sua filha. Vinte e três anos depois, a atriz francesa atua em mais um longa-metragem que tem o luto como temática central. A Espera é protagonizado por Ana, uma mulher de meia-idade que acaba de perder seu filho. Inconformada, ela passa os dias isolada em sua casa no sul da Itália. A chegada inesperada da namorada de seu filho, Jeanne (Lou de Laage), abala ainda mais seu cotidiano frágil. O drama, que entra em cartaz no dia 22, é o primeiro trabalho dirigido por Piero Messina, assistente do cineasta Paolo Sorrentino em A Grande Beleza (2013).


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