Os estudantes secundaristas ocupam 287 escolas no Paraná. O número foi confirmado pela presidente da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), Camila Lanes, nesta quinta-feira (13), às 17h. Os alunos protestam contra a Medida Provisória do ensino médio, a PEC 241 e o PL da Escola sem Partido. Estudantes ocupam ainda três campi da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Universidade Federal da Fronteira Sul, em Laranjeiras do Sul. A Ubes divulgou que no restante do País há 251 escolas ocupadas.
Lanes diz que a força do movimento no Paraná se deve a um “acúmulo de desgaste dos estudantes dentro da escola pública”: “Primeiro foi em São Paulo, com a reorganização do Geraldo Alckmin, agora é aqui. Ambos os estados são governados pelo PSDB, com a mesma ideia para educação. Se a MP do ensino médio for aprovada, é escolha do governador acatar ou não. Estamos construindo essa luta para demarcar que não queremos a MP aprovada”.
As ocupações começaram quando a MP do ensino médio foi anunciada pelo governo de Michel Temer, em setembro deste ano. “A gente decidiu ocupar tudo. Entendemos que a PEC 241 não é do teto, mas do congelamento de gastos públicos, inclusive para saúde e educação. E somos contra a MP 746, que deforma o ensino médio, finge de maneira descarada que resolve nossos problemas. Sofremos com merenda escola, superlotação, falta de professor e de material escolar, não é mudando a ordem da grade curricular que esses problemas serão resolvidos, muito menos diminuindo o valor per capta por estudante, que é o que Temer está fazendo. E por fim somos contra a Escola Sem Partido, porque a democracia deve prevalecer a essa falácia que só quer atacar a conscientização dos alunos oriundos de escola pública”.
Lanes diz que não há prazo determinado para desocuparem os espaços, decisão que será tomada individualmente por cada escola: “Nem com reintegração de posse, que não nos ameaça ou nos coloca medo”.
Segundo a estudante, a Justiça do Paraná rejeitou 190 ordens de reintegração de posse, mas acatou algumas. “Os professores aqui no Paraná vão entrar em greve no dia 17, então não faz sentido o governo nos tirar de lá já que a escola não será utilizada para nada. É melhor que a gente esteja lá fazendo as nossas atividades, dando ‘aulão’, a fazer da escola um espaço vazio. Escola é um território de luta”.
O movimento dos secundaristas ganhou espaço no ano passado, quando centenas de escolas foram ocupadas por todo o País. Em São Paulo ocuparam mais de 200 escolas contra a chamada “reorganização escolar” de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que acabou sendo cancelada pelo governador.
Neste ano, os estudantes voltaram às ruas contra a Máfia da Merenda, esquema de superfaturamento nas merendas escolares da Secretaria de Educação de Alckmin. Os secundaristas ocuparam a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para pressionar pela instauração da CPI das Merendas, que foi aberta em maio deste ano.
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