Secundaristas protestam contra a PEC 241 e a MP do Ensino Médio em São Paulo

Foto: Mídia Ninja
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A cidade de São Paulo anoiteceu e amanheceu em meio a protestos. Nesta terça-feira (18), os secundaristas voltam às ruas para protestar contra a PEC 241, que prevê o congelamento de gastos de públicos durante 20 anos, e a Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio.

Na noite dessa segunda-feira, manifestantes também foram às ruas da capital contra a PEC 241. Organizadores falam que 20 mil pessoas estiveram no ato.

Com faixas e bandeiras, a passeata dos estudantes deve ir até a Secretaria de Educação, na Praça da República, no centro. O trajeto foi definido em assembleia no início do ato. Nesse momento também foi feito um manifesto conjunto dos estudantes condenando o corte de disciplinas no currículo obrigatório, a privatização da gestão de escolas e a PEC 241.

A reformulação do Ensino Médio entrou em vigor no último dia 22 de setembro a partir de uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Michel Temer. Além da flexibilização dos currículos, está previsto um aumendo gradual da jornada escolar. As mudanças já estavam em discussão no Congresso Nacional no Projeto de Lei 6480/2013 e agora voltam em formato de MP, com o prazo de 120 dias para ser votada.

“Juntas [PEC e MP] elas são uma precarização geral do ensino”, diz Lilith Passos (16 anos), estudante do 2° ano do ensino médio. “Vão contra tudo o que a gente lutou nas ocupações no ano passado”, acrescentou em referência ao movimento em que os secundaristas paralisaram as atividades em diversas escolas contra a reorganização escolar proposta em 2015 pelo governo de São Paulo. A ideia, abandonada após os protestos, previa o fechamento de estabelecimentos de ensino e a realocação de milhares de alunos.

As mudanças no currículo vão, na opinião da estudante Biana Politto, reduzir o espaço para fazer reflexões na sala de aula. “Eles querem tirar as matérias que mais fazem a gente ter um pensamento crítico”, reclamou a jovem de 18 anos, aluna do ensino técnico. Pelo texto elaborado pelo governo, as disciplinas obrigatórias serão discutidas em paralelo dentro da Base Curricular Comum.

Para a estudante, o sistema de abrir opções para escolha dos alunos tem poucas chances de funcionar. “A gente sabe que as matéria que forem opcionais não vão ter mesmo. História era matéria obrigatória quando eu estudei. Mas praticamente não tive aula de história por falta de professor e outras coisas”, comparou.

Segundo a União Brasileira de Estudantes Secundaristas, 672 escolas estão ocupadas contra a PEC 241, a MP do Ensino Médio e o PL da Escola sem Partido. 

*Com informações da Agência Brasil

 


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