“Medicina de precisão” faz diferença em tumores cerebrais

Um diagnóstico e um tratamento direcionado especificamente às vulnerabilidades genéticas de cada um. A chamada “medicina de precisão”, que já fez diferenças em doenças como a leucemia e câncer de mama, pode fazer diferença no prognóstico de tumores cerebrais graves, mostra estudo publicado no Neuro-Oncology.

Esse tipo de medicina analisa o gene de cada paciente e o diagnostica e o trata com base nessas informações. A abordagem ficou mais popularmente conhecida após a atriz Angelia Jolie retirar os seios para evitar um câncer após um teste genético. O exame identificou uma mutação no gene BRCA. A presença da mutação mais o histórico familiar da doença deram respaldo à decisão de Angelina. 

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Testes genéticos possibilitam identificar anormalidades específicas de cada tumor. Foto Ilustrativa/Ingimage

Mas, diferente da história da atriz, o processo ainda engatinha nos letais tumores cerebrais. A pesquisa da Neuro-Oncology mostrou, no entanto, que os testes para esses tumores são clinicamente viáveis e vão fazer diferença. Pesquisadores testaram mais de 200 amostras de tumores cerebrais de crianças e demonstraram que, cada um deles, continha anormalidades genéticas que poderiam influenciar o futuro daquele paciente. 

Segundo os autores, a necessidade de uma melhor abordagem para o câncer cerebral pediátrico se faz urgente.  Os tumores cerebrais representaram 25% de todas as mortes pediátricas atribuídas ao câncer. Além disso, muitas das terapias atuais podem resultar em dificuldades de longo prazo no funcionamento cognitivo ou físico.

Para a análise do genoma, os especialistas usaram uma tecnologia chamada de OncoPanel. Essa tecnologia permite analisar as seções de DNA que contêm as informações que vão guiar a produção de proteínas celulares. Ainda, além de analisar essas seções, a OncoPanel permite identificar mais de 300 irregularidades que podem estar associadas à produção de células cancerígenas.

Outra tecnologia usada foi a OncoCopy, que examina se genes estão faltando ou duplicados em tumores.  Sessenta amostras foram submetidas a duas formas de teste, o que permitiu aos pesquisadores explorar se combinar os dois testes é mais eficaz.

As alterações foram encontradas no gene BRAF, um dos genes mais comumente mutados em tumores cerebrais pediátricos, e para o qual vários medicamentos alvo estão sendo testados. A abordagem utilizada na pesquisa, de combinar os dois testes, revelou anormalidades importantes em 89% dos medublastomas (tumores que representam 1/5 dos cânceres em crianças).



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