O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, 68, morreu em um acidente de avião em Paraty nesta quinta-feira, 19.
Zavascki era relator da Operação Lava Jato e o responsável pela homologação das chamadas “delações do fim do mundo”, incluindo as dos 77 executivos da Odebrecht. As denúncias implicam integrantes do núcleo duro do governo de Michel Temer.
Morto em meio às férias, Zavascki retornaria ao trabalho esta semana para analisar os acordos de delação. A expectativa era de que a homologação saísse em fevereiro, mas, com a necessidade de substituição do cargo e de redistribuição de processos, o prazo dificilmente será cumprido.
Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a aeronave decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty, com quatro pessoas a bordo, e pertence a Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras. Não há confirmação sobre o estado dos demais passageiros.
Um novo ministro deve ser nomeado pelo presidente Michel Temer.
Trajetória
Conhecido pelo perfil técnico e discreto, Zavascki formou-se em Direito em 1972 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição onde também fez mestrado e doutorado.
De 2001 a 2003, presidiu o Tribunal Federal Regional da 4ª Região em Porto Alegre, até ser indicado ao Superior Tribunal de Justiça pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cargo que assumiu em 2003.
A experiência na área judicial rendeu sua indicação para o Supremo Tribunal Federal pela ex-presidenta Dilma Rousseff na vaga que era de Cezar Peluso.
Em perfis publicados à época na imprensa, Zavascki era definido como alguém que julgava de forma mais severa casos cíveis e de forma mais liberal em questões penais. Discreto, costumava se manifestar pouco fora dos atos.
Em 2014, votou no processo do Mensalão pela absolvição no que se referia ao crime de formação de quadrilha para os réus José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Entre suas decisões mais debatidas, estão o pedido de prisão do senador Delcídio Amaral em 2015 e o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara em 2016.
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