ArtRio já se prepara para sua segunda edição no Pier Mauá

Imagem que será utilizada na campanha da próxima feira

O SUCESSO das feiras de arte reverberam pelo mundo afora e, cada vez mais, as cidades vão criando novas edições. O Rio de Janeiro não ficou imune à “onda” e lançou, no ano passado, a primeira edição da ArtRio, a nova feira brasileira que surpreende a todos com os resultados de 2011. Neste ano, de 12 a 16 de setembro, o Pier Mauá vai receber mais uma vez galerias brasileiras e estrangeiras que têm como moldura a sedutora paisagem carioca. Já em ritmo frenético de trabalho, as idealizadoras e diretoras da ArtRio, Brenda Valansi e Elisangela Valadares, conversam com a ARTE!Brasileros.

Como foi o crescimento da ArtRio do ano passado para cá? Qual o custo da Feira em 2011 e quanto deverá custar em 2012?
ARTRIO – O investimento em 2011 foi de 6 milhões de reais e neste ano será de 9,5 milhões. Foram 50 galerias nacionais em 2011 e, neste ano, serão 60. As internacionais eram 33 no ano passado, agora são 60. O espaço físico era de 3.850 m2, em 2012 serão 6.900 m2. O objetivo de venda do ano passado foi de 120 milhões de reais e, neste ano, 150.

Quantas galerias estarão na edição de 2012 e quantas serão estrangeiras?
Aproximadamente, 120 galerias, sendo 50% internacionais. A ArtRio consiste de três programas-chave: o Panorama, dedicado às galerias com mais de cinco anos de existência e com relevância nos mercados nacional e internacional. O Programa Box, exclusivamente destinado a jovens galerias com até cinco anos de existência, mostrando o frescor do mercado, as tendências e o que essas galerias estão provocando no mundo das artes. Os dois programas são curados pelo comitê composto por Eduardo Brandão, Juliana Cintra, Alberto Magnan e Matthew Wood. Há também o Solo Projects, curado por Pablo León de La Barra e Julieta Gonzáles, com projetos inéditos, que é uma de nossas preocupações.

Os colecionadores brasileiros estão interessados em arte estrangeira?
Na medida em que as feiras de arte começam a mudar o mercado com o crescimento em vendas e com a entrada de obras de arte inéditas no nosso País, acredito que agora temos um novo papel do colecionador e das galerias estrangeiras. Elas sabem que nosso momento econômico é favorável, o que falta é promover cursos e debates que mostrem que investir em arte internacional é um bom negócio, apesar da carga tributária existente em relação à nacionalização. Vale ressaltar que a ArtRio foi pioneira em obter a isenção do ICMS para vendas realizadas no período da feira em 2011 e, nesta, estamos fazendo o mesmo. Contribuímos buscando meios de viabilizar a permanência da obra no Brasil, mas cabe ao colecionador apostar ou não.

 

 

 

 

 

 

 

Foram noticiados números bastante significativos de vendas em 2011. Vocês podem nos contar alguns negócios relevantes fechados na ArtRio do ano passado?
A ArtRio 2011 tinha obras nunca vistas no País, como 12 esculturas de Botero no armazém com arte moderna. Foi um dos grandes destaques e todas as obras foram vendidas. Na parte contemporânea, as galerias venderam tudo no primeiro dia e antes de encerrar já trocavam seus stands. Foi realmente um grande sucesso e comprova que estamos fazendo uma feira séria e no momento certo.

Quantos visitantes a ArtRio teve em 2011 e quantos são esperados para este ano?
Tivemos 46 mil visitantes e estimamos que neste ano 60 mil pessoas passem pelo Pier Mauá. Além da feira em si, temos uma programação destinada a estudantes, visitas guiadas para colecionadores, palestras, performances, um palco para pocket shows, ou seja, não faltam motivos para estar lá.

Vocês fizeram mudanças significativas na infraestrutura da Feira?
Vamos oferecer aos visitantes um serviço ainda mais personalizado. Teremos três restaurantes, quatro quiosques, cafés, livraria e uma enorme área de convivência com móveis de designers renomados, preservando a proposta carioca da feira.

Houve muita resistência na primeira edição? Muita gente que não entrou no ano passado quis expor agora?
Podemos dizer que 100% das galerias nacionais aderiram à ArtRio, obviamente porque é a resposta ao trabalho sério que viemos realizando ao longo desses dois anos de projeto. Agora, as galerias sabem do que estávamos falando, elas perceberam a seriedade, compromisso, e estão apostando na edição de 2012.

Como funciona o processo de seleção?
Desde que começamos a elaborar a ArtRio, em 2010, sempre soubemos que para uma feira de arte ser internacional e ter credibilidade, é preciso ter um Comitê Curatorial, o que faz toda a diferença. Somos organizadoras da feira, idealizadoras, produtoras, mas quem seleciona as galerias são profissionais qualificados para isso.

Quais os destaques deste ano?
A ArtRio confirma sua vocação para ser uma marca viva durante o ano inteiro em diferentes formatos e possibilidades, como intervenções urbanas, criações de roteiros artísticos nos espaços públicos da cidade, visitas guiadas a museus e coleções, oficinas e atualização de um portal on line permanente. O ápice da presença da marca será na feira, que conta com a presença de grandes galerias, como A Gentil Carioca, Silvia Cintra, Fortes Vilaça, Luisa Strina, David Zwirner, Stephen Friedman, Sikkema Jenkins, entre outras.

A maioria dos grandes nomes das artes plásticas do Brasil mora e trabalha no Rio de Janeiro, mas negocia suas obras principalmente fora. Unir a criação e o mercado é um dos objetivos da ArtRio?
Sem dúvida. É um privilégio uma feira acontecer na cidade onde residem os principais artistas do País. Para os colecionadores, mais que visitar a feira propriamente, o fato de possibilitarmos visitas aos ateliês desses artistas é um grande atrativo.

Qual o papel da Prefeitura na organização da ArtRio? A articulação política desempenhou papel importante no sucesso da feira?
Vivemos realmente um momento muito favorável em termos de governo. Temos pessoas que realmente olham para a arte com respeito e valorizam o trabalho que desempenhamos. A Prefeitura e a Riotur são grandes parceiras da ArtRio, acreditam na nossa proposta desde que começamos a desenvolvê-la. Fazemos parte do projeto Porto Maravilha que irá transformar a área portuária em um grande polo de arte, com a presença de dois museus e com a realização anual da ArtRio.

A Secretaria da Cultura entra como patrocinadora ou é só parceira?
A ArtRio obteve em 2011, pela primeira vez na história do nosso País, a isenção do ICMS para a nacionalização de obras de arte. Fomos pioneiros nessa luta, pois acreditamos que com esse benefício seria possível deixar um legado para nossa cidade e a Secretaria de Cultura, por intermédio da secretária Adriana Rattes, foi fundamental nessa conquista, somos parceiras e eu particularmente admiro muito o trabalho que ela vem realizando.

Outros espaços da cidade vão ser ocupados durante o período da feira? Quais os eventos paralelos à ArtRio?
Seminários sobre arte e todas suas múltiplas formas de criação e de apresentação serão realizados em parceria com instituições. O foco será sempre o debate, a pluralidade, a democratização do conhecimento e a valorização do olhar observador de três vertentes: o criador (artistas), o especialista (galeristas, colecionadores, teóricos) e o público – tanto o conhecedor e amante da arte como o novo público que, pelas ações da ArtRio, terá a chance de conhecer esse novo universo. A ArtRio irá, também, ao longo de todo o ano fazer parcerias com museus e espaços expositivos, desenvolvendo ações e campanhas para valorizar esses locais e estimular a visitação.


Comentários

Uma resposta para “ArtRio já se prepara para sua segunda edição no Pier Mauá”

  1. PARABÉNS !
    Felicidades e sucesso na continuidade deste belo empreendimento, que eleva o orgulho de ser carioca, proporcionando desenvolvimento.

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