Roberto Jefferson nega contradição entre depoimento de 2005 e defesa em 2012

Pivô das denúncias do suposto esquema do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) firmou nesta terça-feira, dia 14, que não há contradição entre os seus depoimentos anteriores e a defesa feita ontem pelo seu advogado, Luiz Francisco Barbosa, durante a oitava sessão do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

“Sempre afirmei, e reafirmo agora, que o meu sentimento era de que Lula não tinha conhecimento sobre a compra de votos no Congresso. Em 2005, eu testemunhei o que vi e ouvi; em 2012, Barbosa falou do que pesquisou. Àquela época, portanto, eu desconhecia as íntimas ligações do BMG com Lula. Se eu soubesse, talvez a história do Brasil fosse escrita de outra maneira”, afirmou Jefferson em seu blog.

O ex-deputado disse ainda que o PTB não participou do mensalão: “O acordo PTB-PT nas eleições de 2004 foi realizado de acordo com as regras eleitorais, que preveem inclusive o repasse de recursos do fundo partidário em espécie. Tanto é que a Receita Federal já me absolveu da multa que havia me imputado pelo recebimento dos R$ 4 milhões”.

“Denunciei o comércio de votos em troca de mesada na base aliada a vários ministros e ao presidente Lula antes que Veja saísse com a matéria com o Maurício Marinho, que, ao contrário do que disse o meu advogado ontem, não é nem nunca foi filiado ao PTB. Não sou nenhum Demóstenes Torres de denunciar um fato, no caso, o mensalão, sendo que dele participasse”, completou Roberto Jefferson.

Na tarde de hoje, o STF realiza a nona sessão do julgamento do mensalão, iniciado em 2 de agosto. Mais cinco réis – entre eles um ex-ministro e três ex-deputados – terão suas defesas apresentadas. Na relação estão o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e os ex-deputados Professor Luizinho (PT-SP), Paulo Rocha (PT-PA) e João Magno (PT-MG), além Anita Leocádia Pereira da Costa, assessora parlamentar.

Como nos dias anteriores, os advogados terão até uma hora para apresentar suas sustentações orais em defesa dos clientes. É a penúltima etapa do julgamento dedicada à defesa. Depois, começa a etapa dos votos dos 11 ministros da Suprema Corte. A expectativa é que a fase das defesas acabe amanhã. O primeiro a apresentar o voto será o relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, que adiantou que seu voto tem mais de mil páginas.

 


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