O maior erro de Lula foi, sem duvida, ter escolhido Joaquim Barbosa ministro do STF. Embora a intenção tenha sido a melhor possível – nomear o primeiro ministro do STF negro – Lula não atentou que além da cor o indicado precisava ter outras qualidades que demonstrou não ter e que são intrínsecos ao juiz: o equilíbrio e a competência. O símbolo da Justiça é a balança. Balança significa equilíbrio. Alguns de seus pares, principalmente Marco Aurelio Mello e Ricardo Lewandovski sempre apontaram seus equívocos nesses dois quesitos. As últimas decisões do STF mostraram às escâncaras sua queda para ser o novo Torquemada e o desconhecimento do trâmite burocrático de encaminhamento das prisões.
A sessão de quarta-feira última do STF foi a chave de ouro no rol de trapalhadas. Ele encerrou a sessão sem as conclusões, que prometeu trazer no dia seguinte. Mas no dia seguinte não apareceu à luz do dia, ficou em seu bunker preparando uma tocaia: as prisões em pleno 15 de novembro. No entanto, o episódio está alçando Barbosa à condição de autoridade número 1 do país. Ele tem mais “autoridade”, hoje do que a presidente da República, que, segundo o presidente do PT, Rui Falcão, parece ser forte, mas não é.
A história se move por ciclos. Em 1964, a direita tomou o poder pela força das armas, através do seu aparato militar. No entanto, como quem fazia a cabeça dos brasileiros era a esquerda, a direita não durou no poder. De uns anos para cá, a direita entendeu que primeiro era necessário fazer a cabeça da população para depois ganhar o poder. E que, dessa maneira, nem golpe seria necessário, nem a intermediação dos militares. É o que estamos vendo hoje. Barbosa tomando atitudes arbitrárias e antidemocráticas em relação aos presos, com apoio da população. O pensamento de direita está se tornando dominante no país. Só uma coisa a direita ainda não percebeu: Barbosa é tão incompetente quanto os militares do golpe de 1964.
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