Craque nas palavras

Foto: Cristiano Couto/Hoje em Dia/Folha Imagem

Craque nos campos, Ramires chiou e argumentou com inteligência sobre a seleção

Victor (Grêmio), Léo Moura (Flamengo), Thiago Silva, Miranda (São Paulo) e Juan (Flamengo); Hernanes (São Paulo), Ramires (Cruzeiro), Diego Souza (Palmeiras) e Alex (Internacional); Kléber Pereira (Santos) e Alex Mineiro (Grêmio).

Esta foi a seleção do Campeonato Brasileiro de 2008, do prêmio Craque do Brasileirão, o evento oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Hoje, dia 2 de fevereiro de 2009, fechada a temida janela de transferência para o exterior no último dia 31, a seleção acima segue no Brasil, à exceção de Thiago Silva, vendido para o Milan já no fim do ano passado.

A crise financeira mundial segurou os melhores no País. A tendência é, pelo menos até junho, quando o mercado volta a se abrir, acompanharmos esse time em gramados nacionais.

Uma equipe de qualidade, aliás. Ao menos cinco dos 11 poderiam estar, sem nenhum exagero, na última convocação da seleção brasileira. Dunga chamou somente os tais “estrangeiros” para o amistoso contra a Itália, no dia 10 de fevereiro, em Londres. O técnico da seleção argumenta que os jogadores daqui estão em início de temporada, portanto, sem ritmo. O único da seleção do BR-08 convocado foi Thiago Silva. Joga na Itália, como já foi mencionado!

Ora, que jogador não gostaria de participar de um jogo contra a atual campeã do mundo?

Cada vez mais uma marca da CBF, cada vez mais distante do povo, a seleção agora está a cada dia mais distante do jogador tupiniquim, o que atua em solos brasileiros. Por mais paradoxal que isso seja!

Pois um desses talentos resolveu falar. Ramires, do Cruzeiro, jogador raro, meio-campo clássico, cabeça erguida e categoria nos passes. E presente na seleção da CBF do Brasileirão!

“É importante olharem até pela questão da motivação dos jogadores brasileiros. Cada vez que convocam mais os caras de fora, aí é que todo mundo quer sair mesmo para chegar à seleção. Então, o trabalho que a gente está fazendo aqui não está valendo de nada para ser chamado”.

Palmas para Ramires, que levantou a bola, com coragem e inteligência. Não deve aguentar mais ver jogadores que atuam em Ucrânias e afins desfilarem com a camisa amarela, enquanto ele joga o que joga e fica fora da festa. Pelo menos enquanto veste a camisa celeste do time mineiro.

Talento dos gramados, Ramires foi um craque nas palavras e merece ser ouvido.


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