Desde agosto do ano passado, quando foi lançado o “Programa São Paulo Carinhosa”, a cidade de São Paulo concentra esforços intersetoriais para o desenvolvimento de uma política especial voltada à primeira infância, fase de 0 a 6 anos de idade. Ontem (12), na Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, pesquisadores, secretários e coordenadores se reuniram para debater ideias e trocar experiências sobre ações e desafios do programa no seminário “A Saúde na Política Municipal São Paulo Carinhosa”.
A primeira-dama, professora e Doutora em Ciências Odontológicas, Ana Estela Haddad, que assume a coordenação da São Paulo Carinhosa, ressaltou a importância de se olhar atentamente para a primeira infância, em especial para mães e crianças em situação de vulnerabilidade. “É uma prioridade identificada dentro da política municipal como um todo, e também uma habilidade relativa à minha trajetória pessoal e profissional”, disse.
O “Programa São Paulo Carinhosa” é inspirado no “Brasil Carinhoso”, do governo federal, que da mesma forma que o de São Paulo, se dedica a ações que integram políticas que atendam desde o período do nascimento da criança, com a garantia de um parto saudável, crescimento com saúde, boa alimentação, construção de vínculos afetivos, educação infantil, combate à violência e à discriminação. Na capital paulista, o comitê gestor do programa é composto por 14 secretarias municipais.
“Existem evidências científicas que colocam a necessidade de um programa e uma política que tenha um olhar destinado à primeira infância, aos primeiros mil dias. Trabalhar dentro do planejamento familiar, desde o pré-natal aos primeiros anos é a melhor forma de construir uma política com equidade”, complementou Ana.
A coordenadora também citou o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal e da importância da garantia de direitos: “Embora o estatuto seja dos anos 1990, se olharmos para as crianças da nossa sociedade, provavelmente esses direitos não estão assegurados a todos ainda. E nós estamos falando de uma etapa que é única e que não volta. Então, a chegada ao mundo de uma criança tem que ser boa”, defendeu.
Durante o seminário, uma das prioridades destacadas do programa foram políticas especiais voltadas à Saúde, desde a saúde das gestantes à ações que visam fortalecer e desenvolver vínculos emocionais entre mãe e filho ou cuidadores e crianças. “Esta iniciativa vem fortalecer o Brasil Carinhoso, que no ano passado colocou o Brasil no seleto grupo de países que dedicam políticas para a primeira infância”, lembrou Paulo Bonilha, médico pediatra e Coordenador Técnico da Saúde da Criança no Ministério da Saúde. “Somos o quinto país a mais reduzir taxas de mortalidade infantil. Mas não podemos nos contentar com isso. Não podemos só contentar com o avanço, se não trabalharmos o desenvolvimento infantil. Nós temos uma obrigação com essas crianças de pensar o pleno desenvolvimento. E isto está ao nosso alcance”, completou Paulo.
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