De Braços Abertos completa um mês

Após completar um mês, o Programa De Braços Abertos da prefeitura de São Paulo contabiliza 386 usuários de crack cadastrados que participam da ação da prefeitura que busca atender aos dependentes por meio de moradia, trabalho, capacitação profissional e auxílio financeiro.

Segundo números da prefeitura apresentados hoje (12), neste período as equipes da Secretaria Municipal de Saúde fizeram 3.164 abordagens a usuários na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. Desse total, 355 pessoas tiveram atendimento médico, 280 foram encaminhadas para serviços de saúde, 1.550 foram abordadas em hotéis e 979 nas tendas da prefeitura.

O programa De Braços Abertos tem como objetivo incluir socialmente os dependentes químicos, dando condições para que eles deixem o vício. Uma das ações é oferecer moradia nos hotéis da região central e o oferecimento de uma bolsa para que eles trabalhem por quatro horas por dia no serviço de limpeza de ruas, calçadas e praças no centro da cidade. Cada usuário recebe um salário mínimo e meio, que inclui os gastos com alimentação, hospedagem, além de R$ 15 por dia de trabalho.

Na tarde de hoje, representantes do governo federal e da prefeitura se reuniram na sede do governo paulistano, no Viaduto do Chá, no centro da capital, para avaliar os resultados do programa. A reunião foi acompanhada pelo secretário nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça Vitore Maximiano.

“O Programa De Braços Abertos está em consonância com o Programa Crack, é Possível Vencer, do governo federal, com oferta de serviços na área de prevenção, cuidados e enfrentamento contra as drogas. De modo que nossa avaliação é bastante positiva: [o programa] envolve inclusão social, oferta de espaços digno de acolhimento e projetos com oferta de recursos para a profissionalização e expectativa de que as pessoas consigam um processo exitoso de recuperação da dependência química”, disse Maximiano, em entrevista hoje.

Para o secretário, a ação da prefeitura de São Paulo “tende a contribuir muito para diminuir o sofrimento de muitas pessoas que estão vivendo o uso abusivo de drogas”. No entanto, ele ressaltou que somente esta ação não será suficiente para resolver o problema da Cracolândia em São Paulo. “Seria muito ousado imaginar que o programa vai resolver o problema da Cracolândia, que é algo bastante complexo”, disse Maximiano. A solução, segundo ele, englobaria também um conjunto de ações duradouras, envolvendo as áreas de segurança, educação, saúde e assistência social. “Ainda há muito por fazer: os serviços ainda não são suficientes para atender a toda a demanda, mas os passos estão sendo dados”, ressaltou.

 


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