Baseado no curta-metragem “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, o longa homônimo que estreia neste fim de semana é agradável achado entre as produções nacionais. Com um roteiro seguro e bem armado, conta a história de Leonardo (o promissor e talentoso Ghilherme Lobo), um adolescente deficiente visual que muda de vida totalmente com a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo que tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana (Tess Amorim), ele vive a inocência da descoberta do amor entre dois adolescentes gays. O diretor Daniel Ribeiro mostra talento para conduzir uma história complexa, que não cai no discurso fácil pró-causa homossexual. Também foi feliz na escolha de um ótimo elenco.
A versão menor da história fazia parte do Cine Educação, programa que exibe filmes nas escolas em parceria com a Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos. Após ter sido exibido em uma sala de aula no Acre, foi confundido como parte do “Kit Anti-Homofobia”, como ficou conhecido o bem intencionado porém desmoralizado material didático preparado pelo Ministério da Educação, cuja distribuição havia sido proibida. Líderes religiosos do Acre se mobilizaram e pressionaram políticos da região e conseguiram a proibição do Programa Cine Educação e a exibição do filme nas escolas do estado.
Em dezembro de 2012, o twitter oficial do curta anunciou que o longa metragem, baseado em Eu Não Quero Voltar Sozinho, chamado “Todas as Coisas Mais Simples” já estava em produção, após mais de dois anos de captação de recursos e preparação do roteiro. O filme ficou pronto. E vale muito a pena ser visto.
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