Chora que eu gosto

Um dos mestres do choro, Pixinguinha
Um dos mestres do choro, Pixinguinha

Desde o ano 2000 é comemorado, em 23 de abril, o Dia Nacional do Choro. Este ano não é diferente. Até o Google decidiu homenagear o gênero em sua página principal. A escolha da data foi instituída em homenagem a um dos mais célebres nomes da história da música brasileira, e um dos principais nomes do chorinho, Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), o Pixinguinha, que nasceu no dia 23 de abril. De sua imaginação nasceram obras-primas como Urubu Malandro, Naquele Tempo, Vou Vivendo, Rosa e Carinhoso – esta última eleita na virada para 2000, em votação pela Rede Globo, como a canção mais popular do País no século 20.

Mas se Pixinguinha se tornou um dos grandes da música, e um dos maiores difusores do gênero surgido no Rio de Janeiro, não foi ele quem inventou o chorinho. Na verdade, não é fácil definir com exatidão o momento do surgimento de um gênero musical, mas podemos dizer que ainda no fim do século 19 nomes como Callado, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth davam os primeiros passos para consolidar o choro, com suas modinhas, polcas, xotes, tangos, maxixes e valsas tocados de modo mais sincopado e com modulações inovadoras.

Violão, cavaquinho, contrabaixo e flauta eram característicos dos primeiros grupos de choro, já no século 20. Depois entraram saxofones e outros instrumentos, como o bandolim. Nas primeiras décadas daquele século, uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas e arranjadores começaram a ganhar espaço no Rio de Janeiro, centro cultural do país, e, posteriormente, em outras cidades. Pixinguinha foi um deles, junto com seu conjunto 8 Batutas (que contava também com Donga e João Pernambuco, dois notórios compositores de sambas).

O choro passou a ser também cantado. Aos poucos, conquistou seu espaço na sociedade. Sofisticado e ao mesmo tempo popular, ganhou respeito tanto nas rodas nos morros quanto nas salas de música erudita – na década de 1920, por exemplo, o maestro Heitor Villa-Lobos compôs uma série de 16 composições dedicadas ao choro. Zequinha de Abreu , Waldir Azevedo, Jacob do Bandolin, Altamiro Carrilho, Canhoto foram pais. No choro cantado, três cantoras se destacaram muito: Ademilde Fonseca, Nara Leão e Gal Costa. Entre compositores contemporâneos, importantes nomes como Francis Hime, Beto Guedes, Paulinho da Viola e Guinga, sem contar instrumentistas como Paulo Moura, Raphael Rabello, Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, entre outros.


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