Lei Di Dai: o combate ao machismo com positive vibrations

Lei Di Dai não é homenagem a nenhuma lady - Foto: Natália Dominici
Lei Di Dai não é homenagem a nenhuma lady – Foto: Natália Dominici

Lei Di Dai aprendeu sobre o reggae, o Ras Tafari e o samba dentro de casa. Seu pai ouvia muita música jamaicana e era um sambista conhecido da região onde nasceu, zona leste. Passou seus conhecimentos musicais aos filhos no dia-a-dia da família. No samba, Dai se espelha em grandes mulheres como Leci Brandão e Beth Carvalho.

Considerada a rainha do dancehall (gênero jamaicano) em 2009. Já conta com o disco Alpha & Omega, e a mixtape Ragga na Lata, mixada pelo seu companheiro, o DJ Vinnieman Selectah. Sobre a inserção das mulheres no gênero jamaicano, afirma: “Conquistei meu espaço no talento, valorizando as minhas raízes. Sou do Raggamuffin, uma evolução do reggae, um novo jeito de fazer a vibe dançante com flow brasileiro”.

Em seus shows, frequentemente exalta as “minas que curtem um ragga” e vê, na sua canção, um instrumento para que mais mulheres se apropriem do gênero jamaicano. Se identifica na cultura Ras Tafari e fala que a presença feminina no reggae ainda não é tão grande como poderia. “Mulheres mais ortodoxas do Ras Tafari não cantam, só louvam a Jah, faz aquela parada dentro da comunidade. Algumas backing vocals de reggae não são rasta. Acho que deveriam ter mais, inclusive pela mensagem. Muitas mulheres ouvem minha música e se identificam por ser mulher”, explica.

Sua força na cena musical é notável. Foi a representante brasileira na mixtape South Rakkas Crew, produzido em Los Angeles (EUA), que reuniu um grande número de grandes nomes do dancehall e do hip hop mundial.

Vê com bons olhos o Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março, mas crê que todos os dias são dia de luta. “As mulheres são peças fundamentais para tudo acontecer. Chefiam suas famílias e comprovam a independência feminina. É valido ter um dia especial, para valorizar toda a luta e glória das mulheres. Também como um combate ao machismo que ainda é forte no Brasil e pelo mundo”, afirma.

Foto: Natália Dominici
Foto: Natália Dominici

A cantora é bastante autêntica. É importante ressaltar que Lei Di Dai não é homenagem à nenhuma lady. “É a minha lei. Muita gente acha que é de lady e tal. Não é. É a Lei da Dai. Mas pra ficar mais sonoro é Lei Di Dai”.

Nascida na zona leste, sempre esteve envolvida com a música, desde o samba com seu pai até o projeto que desenvolve até os dias de hoje, Do Gueto Pro Gueto, que visa trazer sistemas de som à periferia para que as comunidades conheçam os artistas que moram na mesma região. Resgatando a origem jamaicana do conhecido Sound System, procura apresentar um ambiente democrático. “No Sound ainda tem muito marmanjo achando que tá dominando tudo. O nosso é 100% sem preconceito, todos são muito bem vindos”.

Além de tudo isso, Lei Di Dai também se prepara para o lançamento de uma linha de roupas femininas, pela marca Raybrown, e os fãs podem aguardar o lançamento de mais uma mixtape no segundo semestre, a Ragga na Lata II.


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