Quase um ano depois que o governo decretou emergência em saúde pública por causa da epidemia de Zika, novembro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar e liberar um teste rápido capaz de diagnosticar o vírus em cerca de 20 minutos. O kit pode ser usado em qualquer laboratório e identifica a presença do vírus no sangue de quem tem ou já teve a doença. O teste, desenvolvido pela Fiocruz Biomanguinhos em parceria com a empresa norte-americana Chembio, poderá chegar à rede pública em um mês, de acordo com Fiocruz. A instituição afirma que tem capacidade de produzir e entregar imediatamente milhares de testes e para fabricar 40 milhões de kits até o final do ano.
No final de outubro, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 3,5 milhões de kits diagnósticos rápidos para Zika produzidos pelo laboratório Bahiafarma. Cerca de 2,5 milhões serão distribuídos em novembro e dezembro e o restante deve ser entregue até fevereiro de 2017.
Com a chegada do novo teste, os pesquisadores da Fiocruz poderão fazer uma avaliação mais precisa do percentual da população que já teve contato com o vírus e possui alguma imunidade. Um outro kit também desenvolvido pela Fiocruz, o único que seria capaz de identificar dengue, zika e chikungunya, ainda aguarda liberação da Anvisa.
Os primeiros casos de infecção pelo Zika no Brasil aconteceram em abril de 2015, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador (BA). Mas o registro do vírus no país só chamou a atenção a partir do segundo semestre de 2015, após o surgimento de casos de adultos com a Síndrome de Guillain-Barré e do diagnóstico de microcefalia em centenas de bebês recé3m-nascidos. Pesquisadores Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim (Ipesq), em Campina Grande, na Paraíba, constataram que os casos de alterações neurológicas estavam relacionados a um novo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Até setembro de 2016, o Brasil registrou 200,4 mil casos de de zika. Desse total, 392 tiveram resultado positivo para microencefalia e diversas alterações neurológicas que caracterizam a doença, configurando uma Síndrome Congênita do Zika. Um ano depois do início da epidemia de Zika, porém, muitas incertezas ainda rondam as pesquisas com o vírus, que segue em investigações.
*Com informações da Agência Brasil.
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