Contagem progressiva

Instalação The Sky Over Nine Columns, de Heinz Mack, colocada na área externa do museu
Instalação The Sky Over Nine Columns, de Heinz Mack, colocada na área externa do museu. Foto de Patricia Rosseaux

 Criado no fim dos anos 1950, em Düsseldorf, na Alemanha, com o lema “a arte deve começar do zero”, e numa alusão ao “3, 2, 1, 0” de um lançamento de foguete, o movimento ZERO foi uma tentativa de reação à estagnação e ao pessimismo no mundo (artístico) no Pós-Guerra. Uma exposição dedicada ao movimento é um dos destaques da programação paralela à atual edição da Bienal de Istambul. Batizada de Countdown to the Future (contagem regressiva para o futuro), a mostra abriga mais de 100 trabalhos no Sakıp Sabancı Museum (SSM), não somente de seus fundadores – Heinz Mack (1931), Otto Piene (1928-2014) e Günther Uecker (1930) –, mas também de três artistas considerados precursores do movimento – Yves Klein (1928-1962), Piero Manzoni (1933-1963) e Lucio Fontana (1899-1968).

Com curadoria de Mattijs Visser, diretor da ZERO Foundation, criada em 2008, a exposição ocorre num momento de resgate de sua história, refletido em mostras apresentadas no ano passado, no Guggenheim, em Nova York, e neste ano, no Martin-Gropius-Bau, em Berlim, e no Stedelijk Museum, de Amsterdã.

Dividida entre os temas centrais do movimento – entre eles, tempo, espaço, cor e estrutura –, a abrangente seleção de obras de Countdown to the Future reúne empréstimos de 19 museus, galerias e coleções privadas, dos Estados Unidos e da Europa. Trabalhos marcados pela experimentação de seus criadores com novas formas e materiais, com arte cinética, luz, vidro, alumínio, etc. A exposição abriga ainda conferências, exibição de filmes, oficinas para crianças e o lançamento de um catálogo.

Em entrevista coletiva concedida antes da abertura da mostra, Nazan Ölçer, diretor do museu, contou que a exposição começou a ser gestada em 2014, durante a Bienal de Arquitetura, em Veneza, onde Heinz Mack apresentou a instalação The Sky Over Nine Columns. A obra também foi levada à cidade turca. Ölçer lembrou que o movimento, cuja última mostra aconteceu em 1967, “desafiou a abordagem estática da arte tradicional, aprisionada na tela e na moldura, percorrendo um caminho completamente novo, que estava constantemente fluindo”. O diretor também ressaltou que o ZERO permitiu que as tecnologias modernas de então encontrassem um terreno amplo nas artes visuais.

ZERO. Countdown to the Future
Até 10 de janeiro
Sakip Sabanci Museum
Sakip Sabanci Cd., 42 – Sariyer – Turquia
sakipsabancimuseum.org/en


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