Mais de 14 feiras internacionais anuais – hoje disseminadas pelos seis continentes –, exposições paralelas montadas nos principais pontos das cidades, performances, simpósios e eventos trazem mudanças radicais no comportamento na vida de galeristas, empresários da cultura, curadores, artistas e colecionadores.

Galeristas têm de planejar minuciosamente suas agendas, seus custos, sua maneira de investir e trabalhar com  artistas. Artistas consagrados – e os nem tanto – se esforçam para ter suas obras prontas na correria das montagens das exposições em que vão participar. Curadores, antes só contratados por museus e galerias, hoje são também procurados por colecionadores – cada vez mais populares –, para que “orientem” suas escolhas e “assessorem” nos melhores locais para colocar e acondicionar suas obras. Especialistas de comunicação e acadêmicos têm de acompanhar o desenvolvimento desse percurso, em tempo de reflexão na mídia impressa e em tempo real na mídia digital, já que a velocidade da informação, hoje, é fator determinante.

No momento em que a arte movimenta conceitos, ocupa espaços cada vez maiores no âmbito da cultura e do mercado, todos têm de “estar”! Todos têm de correr o risco de estar na roda. Caso contrário, correm o risco de ficarem definitivamente fora dela. Faz parte do investimento gravitar nesse segmento.

A crise europeia e americana não abalou em momento algum a presença de compradores de arte, pelo menos é o que dizem os economistas. Para eles, apesar da crise o mercado de arte não para de crescer porque é menos dependente da conjuntura global de que outros bens, já que atinge uma pequena parte da população mundial, a dos muito ricos. Mesmo quando a economia desaquece, as fortunas não sabem o que é crise.

Em 2009, os leilões retomaram o crescimento e se mantêm até agora. As vendas em leilões representaram 11,57 bilhões de dólares em 2011, segundo a Artprice, ou seja, dois bilhões a mais que no ano anterior.

Um dos fatores do equilíbrio do mercado internacional foi a mudança do eixo Basel-Londres-Nova York, quando, em 2010, a China entrou pesadamente nesse segmento. Em 2008, sua fatia era de 7,2% e hoje gira em torno de 40% nos leilões. Para se ter uma ideia, no top 25 do mundo, segundo fonte da artprice.com, os chineses têm 11 artistas enquanto os norte-americanos apenas cinco. Baishi Qi, Daqian Zhang… Não conhece? Pois é, foram os artistas mais caros e procurados de 2011, segundo a Artprice, à frente de Warhol e Picasso.

A partir do ano 2000, apesar da baixa performance da economia, o valor das obras cresceu cerca de 75%. Em 1991, três anos depois de Damien Hirst sair do Goldsmiths College, de Londres, desconhecido e ainda com bastante cabelo na cabeça, um marchand esperto vislumbrou que o bad boy poderia ir longe. Mexeu os pauzinhos e conseguiu levar O Tubarão, de Hirst, para o Metropolitan de Nova York. O bichão abocanhou a melhor fatia do mercado de arte internacional e nunca largou. Voltou a bater forte em 2008, quando um bezerro conservado em formol saiu por 13,5 milhões de euros.

Podemos questionar por que certos artistas contemporâneos, chegam a valores astronômicos. Estariam os compradores de arte todos loucos? Não necessariamente. Um quadro de Raphael ou do mestre do renascimento Caravaggio, a Cabeça de Medusa, saiu na Christie’s por 32 milhões de euros, ainda pelo dobro do valor de uma instalação de Damien Hirst ou uma obra do Jeff Koons, que atingiu valores records com Ballon Flower (Magenta), 1995-2000, também na Christie’s arrecadando 12 milhões de libras.

Por enquanto, as obras de arte antigas ainda recebem maiores lances. Como curiosidade, uma versão dos Jogadores de Cartas, 1891-1895, do moderno Paul Cézanne, foi vendida a uma rica família do Qatar, em 2011, por 250 milhões de dólares e está sendo considerada um “record”.

A “droga” para manter viva a motivação neste frenesi permanente e para combater o estresse é manter o foco, fazer escolhas, controlar o impulso e aprender sempre.


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