Instituto Goethe inaugura programa de residência em Salvador

Residência Vila Sul. Crédito: Gabriela Randig
Residência Vila Sul. Crédito: Gabriela Randig

Presente em Salvador desde 1962, o Instituto Goethe acaba de inaugurar o Programa de Residência Artística Vila Sul, que se torna o terceiro no âmbito das 159 unidades do Goethe-Institut existentes no planeta, e primeiro e único abaixo da Linha do Equador. São quatro apartamentos construídos no andar superior da sede localizada no Corredor da Vitória. A iniciativa integra uma série de projetos do instituto que visam promover as produções artísticas do chamado “sul global”, campo de investigação relacionado à condição cultural, econômica e política de países e territórios à margem da modernização hegemônica. (Leia mais aqui).

Ao longo de 2016, 12 artistas já realizaram atividades da residência, numa temporada de experimentações deste processo. Inaugurando a hospedagem de fato, estão instalados, desde outubro, cinco residentes: Adolphe Binder, romena radicada na Alemanha, curadora, dramaturga e produtora, diretora artística do Tanztheater Wuppertal Pina Bausch; Grada Kilomba, escritora, teórica e artista interdisciplinar portuguesa, que trabalha com questões de gênero, raça, trauma e memórias (leia matéria sobre a artista publicada na ARTE!Brasileiros); e mais três alemães: o cientista político Christoph Bieber, que pesquisa sobre ética, responsabilidade política, transparência, comunicação pública, democracia e novas mídias; o cenógrafo e figurinista Jürgen Kirner; e a curadora e dramaturga em dança e teatro Sigrid Gareis.

Serão recebidos, de dois em dois meses, um grupo de convidados internacionais. A princípio, os residentes são nomeados por meio de um processo de indicação da rede internacional do Goethe e de seus parceiros. Futuramente, porém, um júri local responderá por esta seleção.

Os diretores da instituição contam que a escolha de Salvador se deu devido a importância histórica da cidade, que, além de ter sido a primeira capital do Brasil,  foi um dos principais pontos do tráfico de escravos que, a partir do século XVI, levaram ao sequestro de milhões de africanos para as Américas. Até hoje, a capital é tida como a cidade mais negra do mundo fora da África.


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