O ano de 2015 não foi bom para o mercado mundial de arte. Com redução de 21% nas vendas no ano passado, a China puxou para baixo a euforia que vinha crescente no comércio de arte, desde 2009, um ano após a crise no mercado financeiro norte-americano.
Com isso, em 2015, no mundo todo, foram comercializados US$ 63,8 bilhões em obras de arte, 7% a menos que 2014, quando esse valor alcançou US$ 68,2 bilhões. Esses dados constam do relatório anual encomendado pela Tefaf (The European Fine Art Fair), anunciados agora em março durante a feira organizada pela instituição, em Maastricht, na Holanda.
Segundo o relatório, organizado pela consultora Clare McAndrew, da Arts Economics, o maior mercado de arte continua sendo os Estados Unidos, responsável por 43% das vendas no mundo todo, seguido pela Inglaterra, com 21%. Com isso, os Estados Unidos alcançaram seu recorde histórico em vendas, em 2015, com US$ 27,3 bilhões, 4% acima de 2014. O resultado positivo, contudo, não foi suficiente para compensar os valores negativos do mercado da China e também da Inglaterra, que caiu 9% no ano passado.
As vendas pela internet, um dado recente na pesquisa anual divulgada pela Tefaf, tiveram crescimento de 7% em relação a 2014, alcançando US$ 4,7 bilhões. Ainda segundo o relatório, há quase uma paridade entre mercado primário (vendas em galerias) e mercado secundário (casas de leilão): o primeiro representa 53% das vendas, enquanto o segundo, 47%, tendência que já vem ocorrendo de forma sistemática.
A arte contemporânea, considerada de forma geral aquela produzida após a Segunda Guerra, segue sendo o mercado em ascensão, representando 46% de todas as vendas em casas de leilão.
O relatório aponta também para a consistência do sistema de galerias e casas de leilão que, apesar da diminuição nas vendas, teve expansão no emprego, contratando 3% a mais em 2015. O mercado de arte, segundo o relatório, emprega 2,5 milhões de pessoas em 297.270 empresas.
Em 2013, a Tefaf organizou uma seção especial de seu relatório dedicada aos mercados ascendentes da China e do Brasil. Na época, o Brasil representava 1% do total de vendas do mercado. Em 2015, o Brasil não é citado individualmente.
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