Modigliani no ano da Itália no Brasil

Características expressionistas,?influência da arte africana, da arte italiana ou do Talmude, o fato é que os trabalhos de Modigliani apresentam um estilo muito próprio, que ele buscou a vida toda. O público brasileiro poderá conferir esses traços particulares na exposição itinerante Modigliani-Imagens de uma vida, que já está em cartaz em Vitória, ES, no Palácio Anchieta, e depois segue para Rio de Janeiro e São Paulo. São 188 obras do acervo do Modigliani Institut, em Roma, das quais 12 pinturas originais, cinco esculturas de bronze, além de fotos, desenhos e documentos. A mostra integra o programa do Momento Itália-Brasil: uma centena de eventos culturais cuja realização prossegue durante 2012. Trata-se de uma parceria entre os governos brasileiro e italiano, destinada a estreitar as relações entre os dois povos, e que também trará ao País mostras de Leonardo da Vinci e de Giorgio de Chirico.

Com curadoria de Christian Parisot, historiador, crítico de arte e um estudioso de Modigliani, a exposição procura traçar um panorama da vida e da obra do artista no período compreendido entre 1906 e 1920, quando ele viveu em Paris. Integram a coleção em cartaz algumas de suas mais importantes pinturas, como Grand Nu Allongé – Celine Howard, bem como cinco esculturas, que revelam as formas longilíneas características de sua obra. Na opinião de Olívio Guedes, diretor cultural do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e co-curador da exposição, a obra de Modigliani identifica-se com os dias atuais de objetivar o retrato: “Quando focaliza olhos, sobrancelhas, cortes de cabelo com o pensamento artístico de uma visão (trans)disciplinar”.

Modigliani deixou uma obra singular. Pintou e esculpiu, alternadamente, mas o tema de seu interesse foi sempre o mesmo, a figura humana. Quarto filho de um casal de judeus sefarditas, mãe particularmente culta e entusiasta dos dotes artísticos de seu caçula, Amedeo nasceu em Livorno, na Itália, em 1886. Lá mesmo, recebeu as primeiras lições de pintura, além de estudar em Veneza e Florença, até se radicar definitivamente em Paris, o centro da vanguarda artística. Já que buscava formas próprias, que mesclassem diferentes correntes, mas se configurasse pessoal, recusava-se terminantemente a definir seu trabalho. O reconhecimento de suas figuras alongadas ocorreu devagar, ao longo de uma carreira produtiva que durou pouco mais de dez anos, com altos e baixos. Um ano antes de morrer, em 1920, já com elogios da crítica, ele integrou uma grande exposição que reuniu de Picasso a Matisse. O artista não viveu pobre nem drogado como consta. Apenas levou em Paris uma vida boêmia e desregrada ao lado de personalidades intelectuais da época, caso do próprio Picasso, o que comprometeu sua saúde já frágil desde a infância.
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Palácio Anchieta
Praça João Clímaco, s/n, Cidade Alta, Centro-Vitória, ES
Até 18 de dezembro de 2011
De terça a sexta, das 9 às 17h; sábados, das 10 às 17h; domingos, das 10 às 16h



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