Primeiro seminário internacional ARTE!Brasileiros: O colecionismo público no Brasil no século XXI

O reconhecimento?da revista ARTE!Brasileiros pelo público, que em menos de um ano de existência já se consagrava no mercado nacional e internacional, reflete nossa percepção do quanto a arte brasileira tem a oferecer. E do quanto artistas, curadores, especialistas, galeristas e colecionadores trabalham pelo desenvolvimento de uma área crucial da cultura brasileira.

Com o intuito de colaborar e enriquecer estes esforços, ARTE!Brasileiros decidiu promover reflexões e debates sobre uma discussão que entende vital para a cultura do País.

Ao mesmo tempo em que se investe nacionalmente em aparelhos institucionais – museus, parques temáticos, acessibilidades, instituições – e se abrem caminhos de inclusão social, é fundamental criar canais eficientes de conteúdo. A produção nacional é rica e hoje reconhecida no mundo inteiro. Basta ver o volume de obras vendidas ou a profusão de exposições montadas nas principais cidades do Brasil e do exterior. Anos se passaram desde as iniciativas pioneiras realizadas no País por Assis Chateaubriand e Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, na construção de coleções para alguns dos mais tradicionais museus, caso do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e do Museu de Arte Moderna (MAM). Recentemente, empresários como Bernardo Paz investiram em iniciativas sem igual no mundo com o Instituto Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.
[nggallery id=14820]

Como podemos trilhar hoje esse caminho, de forma mais contundente e permanente? Em fevereiro de 2012, nos dias 14 e 16, ARTE!Brasileiros coloca a questão em debate, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, com a presença de importantes autoridades do governo, empresários, colecionadores, diretores de instituições culturais, artistas, além de galeristas brasileiros e internacionais.
Dentre os tópicos que serão discutidos, destacam-se:

A viabilização de coleções públicas e privadas. Entender como foram realizadas no passado e como podem ser realizadas agora.
As iniciativas dos principais museus e instituições do Brasil e do exterior, como MASP (Chateaubriand, Bardi), MoMA (Rockefeller, Alfred Barr), Malba (Costantini) e Inhotim (Bernardo Paz). Como assegurar o acesso do público às grandes coleções privadas? Como lidar com os acervos?

Regularização das obras de arte comercializadas. Com o mercado de arte no Brasil em processo de ascensão e profissionalização, que caminhos institucionais e constitucionais de legislação poderiam ser adotados?

Qual o papel das coleções de arte em tempos de cultura digital e Creative Commons?
Serão apresentados cases internacionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, significativa porcentagem dos impostos municipais, estaduais e federais é destinada à arte pública, em programas como o Percent for Art. O país sempre contou com sponsors que financiaram a cultura e a criação das grandes coleções. E o Brasil? Podemos pensar em incentivos fiscais e redução de pagamento de impostos? Incentivo às aquisições?

Como aproveitar melhor o surgimento – e o sucesso – de museus de mídia eletrônica e sem acervo material? Caso do Museu do Futebol, Museu da Imagem e do Som (MIS), Museu do Amanhã e Coleção Portinari – esta última, com suas notáveis experiências de disseminação da arte por meio da reprodução da imagem, com qualidade controlada.
Damos o pontapé inicial em algo que gostaríamos que se transformasse em uma campanha de incentivo para uma área cultural do País, que precisa crescer não só do ponto de vista de mercado, como também no que se refere ao acesso do público a valores cada vez mais ricos de nossa cultura.

Na preparação do Seminário, ARTE!Brasileiros conta desde já com a colaboração de: Leonor Amarante – curadora, editora e autora de As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987; Guilherme Wisnik – crítico de arte e arquitetura, autor de Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Caetano Veloso (Publifolha, 2005) e Estado Crítico: à deriva nas cidades (Publifolha, 2009), e curador do projeto de arte pública Margem (2010), pelo Itaú Cultural; Andrea Giunta – professora, historiadora e crítica de arte, diretora do Center for Latin American Visual Studies, da The University of Texas, em Austin.


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.