Na instalação Praças (Im)possíveis, o grupo Bijari provoca a população paulistana com questões como convívio e mobilidade

"Praças (Im)Possíveis, 2015, projeto utópico do grupo - Foto: Acervo Grupo Bijari
“Praças (Im)Possíveis, 2015, projeto utópico do grupo – Foto: Acervo Grupo Bijari
Todo grupo de arte urbana e seu público se fundem em um circuito flexível de trocas em que os limites entre o possível e o provável interagem sem se preocupar com a continuidade. No caso do coletivo paulistano BijaRi, seus artistas evocam algo presente mais além da percepção. Dessa vez, eles lançam um código para a população com a instalação Praças (Im)possíveis, em cartaz na Choque Cultural e também nas ruas da Vila Madalena, bairro paulista onde se localiza a galeria.

São Paulo é uma cidade aberta às experimentações, com um circuito urbano tenso, movimentado por centenas de pessoas que transitam pelas calçadas e ruas onde, praticamente, inexistem bancos para descanso. O projeto/intervenção nasce como alternativa de espaços de convivência, convertendo temporariamente vazios da cidade em praça. A ideia tem mobilidade, toques lúdicos e procedimentos simples, como explica o curador da mostra, e proprietário da Choque Cultural, Baixo Ribeiro. “Com um guarda-chuva/sol, bancos escamoteáveis e floreiras, a escultura-bike se transforma em uma micro praça pública. E quando algumas dessas praças modulares se encontram, é possível formar espaços de convivência muito confortáveis e provocativos.”

Os engenhosos objetos são conectados em bicicletas adaptadas, que se transformam em pequenas praças articuláveis entre si. Além das esculturas móveis, o grupo exibe uma série de composições gráficas em painéis lenticulares, que se alteram conforme a posição de quem as vê.

O grupo BijaRi surgiu em 1996, e é formado por arquitetos e artistas antenados com todas as mídias: Rodrigo Araújo, Geandre Tomazoni, Gustavo Godoy, Maurício Brandão e Olavo Ekman. Ao longo desses anos, o coletivo realizou intervenções urbanas, performances, instalações e videoarte em cidades de vários países. Participaram de bienais, como a de Curitiba, Havana e a do Fim do Mundo, em Ushuaia, na Argentina.

No vernissage da Choque Cultural, eles intervieram na fachada da galeria, além de criar uma instalação na rua em frente ao prédio. Uma performance do BijaRi torna-se um evento animado, repleto de gente, ações e invenções que nascem rapidamente na hora e contagiam. Com suas bike/praças eles atuam como agentes de um grupo alternativo movido pela arte que quer ver São Paulo repleta de verde e manifestações culturais.

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