Nada será como antes

A arte e a tecnologia andam cada vez mais de namoro firme. Não é por acaso que casamentos antes não pensados são realizados, deixando os conservadores de boca aberta. Nesta edição, temos vários exemplos dessas aproximações supostamente impossíveis. Em Paris, a Fundação Cartier conseguiu provar que a arte pode flertar com qualquer outra área. Em um feito inédito, juntou na mostra Mathématiques a consagrada Beatriz Milhazes, a roqueira Patti Smith, o diretor de cinema David Lynch, o ator de cinema Takeshi Kitano, entre outros nomes de peso da cultura, a célebres matemáticos e astrofísicos como Michel Cassé. No Brasil, o Instituto Oi Futuro entrou na onda da tecnologia e acolheu a mostra High-Tech/Low-Tech, uma bem-humorada apresentação de vídeos e fotografia. Em Miami, o Bass Museum ainda celebra o público ímpar que atraiu com as exposições de dois “craques” no marketing pessoal: o francês Brainwash, pseudônimo de Thierry Guetta, e do austríaco Erwin Wurm. Ambos mostram como a arte se associa à tecnologia e a tudo o que vier pela frente. A Arte!Brasileiros esteve nos quatro eventos acima citados, falou com os artistas e entrevistou Hervé Chandès, o todo poderoso da Cartier em Paris e em Miami. No MAM do Rio, admirou-se com a mostra impecável de Nan Goldin, fotógrafa norte-americana cujos vídeos e fotografias identificam o atrofiado espaço de seres marginalizados que vivem em isolamento social. Ainda ficou sabendo por que o Oi Futuro dispensou-a de sua programação, mas continuou bancando-a no MAM.

Em São Paulo, foi ao Museu de Arte Contemporânea, que agora integra o conjunto de museus do Parque do Ibirapuera no edifício que abrigava o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), onde ouviu do secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, que para aumentar o acervo do MAC os colecionadores deveriam comprar e doar, como fez seu tio Ciccillo Matarazzo. Ainda em São Paulo, Arte!Brasileiros foi ao Paço das Artes, e confirmou que o jovem chileno Patrick Hamilton continua multimídia e multicriativo. Essa saga obscura ele traduz em limpeza formal nas esculturas e nos vídeos. Arte!Brasileiros não parou por aí. No Memorial da América Latina, constatou que Guerra e Paz, de Candido Portinari, continua atual. Ainda viu e acompanhou muito mais, que está aqui dentro esperando por vocês.

Boa leitura!

 


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