SP-ARTE inova e consolida imagem

Tatiana Schmidt, "Psicoretrato", performance, 2010 - Foto: Vinicius Assencio
Tatiana Schmidt, “Psicoretrato”, performance, 2010 – Foto: Vinicius Assencio

Na abertura de sua fala no TALKS – Arte como Valor, ciclo feito em parceria com a SP-Arte nos dias 9 e 10 de abril, no MAM-SP, o diretor do MAR – Museu de Arte do Rio, Paulo Herkenhoff, destacou a importância da feira na construção de um mercado internacional para o Brasil. Em 2015, ao completar seu 11o ano, a SP-Arte viu, de fato, sua força reconhecida não só como evento no calendário brasileiro, mas também como plataforma de projeção no exterior. Jornais como o espanhol El País e o alemão Die Welt e a revista inglesa The Economist deram destaque à feira ao falarem do vigor do cenário artístico do País, especialmente em São Paulo.

Diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa comemorou a vinda recorde de mais de 200 colecionadores de fora, especialmente dos EUA, entre eles o casal Don e Mera Rubell, que também participaram do TALKS. “Também percebemos uma presença maior de instituições. Várias exposições no exterior foram costuradas durante a feira, com Ana Maria Tavares, Claudia Andujar e Cinthia Marcelle, por exemplo”, diz.

Para o público, colecionador ou não, o terceiro andar do Prédio da Bienal foi um dos grandes destaques desta 11a edição. Pela primeira vez, a feira dedicou um espaço fixo para instalações, o Open Plan. A seleção do curador Jacopo Crivelli Visconti incluiu obras de Daniel Buren, André Komatsu, Amilcar de Castro e Julio Le Parc, entre outros. Houve ainda um espaço fixo para um tipo de atração cada vez mais recorrente em eventos do gênero, as perfomances, que tiveram coordenação de Cauê Alves, e curadoria de Juliana Moraes e Marcos Gallon.

Detalhe da instalação do espaço Minalba Premium, na SP-Arte, que teve projeto cenográfico da Case Lúdico - Foto: Patricia Rousseaux
Detalhe da instalação do espaço Minalba Premium, na SP-Arte, que teve projeto cenográfico da Case Lúdico – Foto: Patricia Rousseaux
“Já tínhamos performances desde 2007, mas não incorporados institucionalmente como programa. Vamos dar continuidade, atrai um público diferente para a feira”, diz Fernanda, destacando a importância da parceria feita com o Centro Universitário Belas Artes. “Todos os participantes das performances eram alunos recém-saídos da faculdade. Foi a primeira experiência profissional deles, dentro de um evento comercial e tendo contato com este universo. Foi um trabalho que a Escola Belas Artes gostou, os artistas gostaram, o público também.”

As vendas com isenção de ICMS, um benefício concedido às galerias estrangeiras e de São Paulo, somaram R$ 140 milhões, contra R$ 157 milhões de 2014. A queda, ainda que relativamente pequena, não assustou a organização. Para Fernanda, o “pânico que se propagava” antes da feira não correspondeu à realidade. “O que há é uma cautela no ar. O resultado da feira corresponde ao cenário em que estamos vivendo, mas indica, ainda assim, a vitalidade do setor.”
Fernanda destaca também os dividendos não mercadológicos da feira, na formação de público, por exemplo. “A missão principal fundamental da feira é fomentar o setor, mas há desdobramentos importantes, como os prêmios e os TALKS, por exemplo.”

Feitos em parceria com a SP-Arte, os TALKS inauguraram o Ciclo Arte como Valor, da ARTE!Brasileiros. Durante dois dias, o público que lotou o auditório do MAM-SP pôde ouvir e debater com especialistas como Paulo Herkenhoff, do MAR, a escritora Sarah Thornton, Thomas Galbraith, diretor da Paddle8; os colecionadores Donald e Mera, o consultor e jornalista Simon Watson, e Marcio Fainziliber, presidente do conselho do MAR, que aborda, em entrevista nas páginas a seguir, o tema Arte como Valor.

Carolyn Christov-Bakargiev, curadora da Bienal de Istambul 2015, e o historiador e curador Ivo Mesquita - Foto: Vinicius Assencio
Carolyn Christov-Bakargiev, curadora da Bienal de Istambul 2015, e o historiador e curador Ivo Mesquita – Foto: Vinicius Assencio

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