Um olhar para as estrelas: artistas notáveis da Cidade do México

Murais de Diego Rivera no Palácio Nacional da Cidade do México  Foto: Sebastian Ponce
Murais de Diego Rivera no Palácio Nacional da Cidade do México Foto: Sebastián Ponce


Como um nova-iorquino
morando em São Paulo, a ideia de lar me parece muito distante às vezes – não somente fisicamente, mas também espiritualmente. Os Estados Unidos, país onde nasci, que foi fundado nos princípios da liberdade e inclusão, esta cada vez mais irreconhecível.

O que à primeira vista pode parecer entulho, ao olhar mais atento se revelará uma instalação elegantemente construída, que sugere uma escavação arqueológica de muitos anos. Demonstração de vigor e ousadia tanto do artista, Mauro Giaconi, quanto da galeria, já que a exeibição faz alusão a camadas de história encontradas em toda parte na cidade do méxico, com o seu glorioso passado ancestral e seu tenso presente vibrante. Na foto, detalhe da instalação na Galeria Arróniz Arte Contemporanea. Foto: Cortesia Arróniz Arte Contemporanea
O que à primeira vista pode parecer entulho, ao olhar mais atento se revelará uma instalação elegantemente construída, que sugere uma escavação arqueológica de muitos anos. Demonstração de vigor e ousadia tanto do artista, Mauro Giaconi, quanto da galeria, já que a exeibição faz alusão a camadas de história encontradas em toda parte na cidade do méxico, com o seu glorioso passado ancestral e seu tenso presente vibrante. Na foto, detalhe da instalação na Galeria Arróniz Arte Contemporanea. Foto: Cortesia Arróniz Arte Contemporanea

Durante as prévias das eleições presidenciais deste ano, tem sido difícil acreditar nas declarações racistas e ignorantes dos candidatos à Presidência da República sobre nossos vizinhos latino americanos – seus países, sua cultura contemporânea e seu riquíssimo patrimônio cultural. As injúrias hediondas contra o povo mexicano, feitas pelo candidato republicano, Donald Trump, não tiveram entretanto, qualquer lugar na minha mais recente viagem à feira de arte Zona Maco na capital mexicana. Cidade do México, que maravilha de lugar!

As obras de Marco Rountree lembram a representação clássica modernista, mas usam materiais modestos como base física. Vistos como pinturas, esses materiais levam a aparentemente já exaurida estratégia de abstração de volta às suas raízes elementares, e são resultado de uma prática artística cujas origens remontam a Pablo Picasso e o uso que esse artista fazia de sobras em suas colagens visionárias. Foto: Martin Soto Climent
As obras de Marco Rountree lembram a representação clássica modernista, mas usam materiais modestos como base física. Vistos como pinturas, esses materiais levam a aparentemente já exaurida estratégia de abstração de volta às suas raízes elementares, e são resultado de uma prática artística cujas origens remontam a Pablo Picasso e o uso
que esse artista fazia de sobras em suas colagens visionárias. Foto: Martin Soto Climent

Arborizada, cheia de jardins, pessoas amáveis, tesouros culturais e delícias culinárias. Em um passeio pela manhã para ver os murais de Diego Rivera no Palácio Nacional do México – -acompanhado pelo jornalista Sebastián Ponce, autor do popular guia online da Cidade do México: gnetmap.mx (atualmente apenas em espanhol, mas publicação em inglês prevista para breve) –, fiquei mais uma vez impressionado com a profundidade cultural e complexidade dessa cidade incrível. Aos visitantes eurocêntricos, a Cidade do México oferece algo parecido com as maravilhas de Roma: uma constante, embora imprevisível, presença de fragmentos arquitetônicos milenares.

Considerada uma versão “Pueblo” de Brancusi, Mariana Castillo Deball é uma mestre do gesto íntimo. Vista de sua instalação na galeria kurimanzutto, na qual um mapa de 1520 da antiga Cidade do México se expande para o tamanho de metade de um campo de futebol no chão da galeria. Foto: Cortesia Galeria Baró
Considerada uma versão “Pueblo” de Brancusi, Mariana Castillo Deball é uma mestre do gesto íntimo. Vista de sua instalação na galeria kurimanzutto, na qual um mapa de 1520 da antiga Cidade do México se expande para o tamanho de metade de um campo de futebol no chão da galeria. Foto: Cortesia Galeria Baró

Fundada e construída sobre a capital asteca de Tenochtitlan em 1325, suas raízes remetem a um tempo muito mais antigo. A 48 quilômetros a nordeste da cidade ficam as ruínas de Teotihuacán, uma cidade antiga cujo império foi o epicentro de uma civilização mesoamericana estabelecida há mais de dois mil anos e que desapareceu misteriosamente em torno do ano 750, deixando para trás um complexo de pirâmides que inspirou os astecas, preservando um patrimônio cultural centrado na observação de estrelas e em diversas formas de contemplação astronômica.

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