As cores urbanas de Richard Galpin

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A Galeria Leme, em São Paulo, recebe a partir do dia 11 de fevereiro a quarta exposição individual do artista inglês Richard Galpin. Em “Municipalicolor – Dez revoluções por minuto”, o artista apresenta um novo corpo de trabalhos, que consiste em fotografias comuns lixadas com uma lixadeira elétrica.

Galpin que até então mostrava um trabalho caracterizado por uma precisão linear e geométrica, surge agora com uma nova estética, que referencia o Expressionismo Abstrato Americano e a Color Field painting, além de dialogar com uma metodologia similar a de trabalhos anteriores. Nos últimos 12 anos, o artista trabalha com fotografias de cidades, quando construiu um forte senso de paleta de cor dos lugares que ele conhece, incluindo, viagens anteriores a São Paulo.

A partir de impressões das suas próprias fotografias de médio formato da cidade, o artista isola blocos de cor com a ponta da lixadeira elétrica, apagando seletivamente qualquer detalhe legível que poderia dar alguma indicação de lugar ou escala. Assim, a ação orbital da ferramenta espalha as tintas no papel e mistura novas cores a partir da poeira da impressão. A cor é uma preocupação chave de Galpin. Nesta mostra, o artista levanta suas impressões sobre as cores de cidades e as transforma em grandes painéis.  

As obras de Galpin tem base em exemplos reais do uso da cor para construir um ambiente, como o trabalho de Haas e Hahn com os jovens locais na Favela Santa Marta no Rio de Janeiro, ou no período que Edi Rama foi prefeito de Tirana, na Albania, de 2000 a 2011, quando o ousado uso da cor em prédios foi parte de uma transformação mais ampla na cidade.

No ambiente urbano a renovação da pintura e a evolução da cor são parte de um processo de mudança urbana mais ampla, e é com a renovação que Richard Galpin se preocupa em seus trabalhos. 

Também na exposição estará um corpo de trabalhos menores com o título “Dissolution” (Dissolução), feitas com a mesma ferramenta, mas com uma técnica de lixar por todos os lados, que torna a imagem mais difusa, com menos blocos de cor ficando no papel. Estes delicados trabalhos, que se relacionam mais com o desenho ou com impressões, contém traços mais finos e obscuros da imagem anterior, assim como furos no papel e nas impressões onde a face subjacente da mesa ou parede do estúdio do artista ficam gravadas na imagem.

Serviço
Galeria Leme
De 11 de fevereiro, às 19h até 15 de março, 2014
De segunda a sexta, das 10h às 19h e sábado, das 10h às 17h
Av. Valdemar Ferreira, 130 – São Paulo 
Mais informações em: www.galerialeme.com


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