Coletivos e instituições protestam contra morte de crianças e jovens

Colcha de retalhos feita no dia para o ato - Foto: Reprodução / Facebook / Evento "Ao não silenciamento de vidas e mortes de crianças, adolescentes e jovens adultos em situação de rua"
Colcha de retalhos feita no dia 5 de março para o ato – Foto: Reprodução / Facebook / Evento “Ao não silenciamento de vidas e mortes de crianças, adolescentes e jovens adultos em situação de rua”

Para denunciar as mortes de crianças e jovens em situação de rua, grupos se uniram na sexta-feira (13) na região central de São Paulo.

O ato Ao não silenciamento de vidas e mortes de crianças, adolescentes e jovens adultos em situação de rua no centro da cidade de São Paulo partiu da concentração no Vale do Anhangabaú, às 15h. Passaram pela Rua Formosa, depois Ladeira da Memória, Rua Sete de Abril, Praça Dom José Gaspar, Av. São Luiz, Viaduto Jacareí, Rua Dona Maria Paula, terminando na Av. 23 de Maio, onde foram fincadas cruzes com flores e uma colcha de retalhos foi colocada em cima do Viaduto Jaceguai.

A colcha de retalhos foi feita nos dias 5 e 6 de março por pessoais que conheciam as vítimas e crianças e jovens que também as conheciam. Nos retalhos, elas escreveram mensagens e recados contra as mortes. Nina Liesenberg da Matilha Cultural, presente no ato, disse que “foi pesado ver os meninos e meninas tristes pelos seus amigos e com medo do que vão vir a ser”.

De acordo com dados do Projeto Quixote e do Exú Arte, mais de oito pessoas, entre crianças, adolescentes e jovens adultos, foram mortos sem explicação nas ruas do Centro da cidade desde um ano atrás. Os casos só foram descobertos por causa do sumiço repentino das crianças e jovens que frequentavam as instituições e abrigos ou por informação de pessoas que também vivem abandonadas pelas ruas do centro de São Paulo.

Todos esses casos de morte envolvem uma situação de violência física e/ou uso abusivo de drogas, em especial solventes, como lança-perfume e thinner. O grupo que se criou para discutir esse assunto acredita que as mortes relacionadas ao solvente estão interligadas a uma situação de vulnerabilidade em que os jovens estavam, fatores determinantes para o desencadeamento da morte, visto que nas situações houveram também cenas de abuso sexual, violência ou os mesmos estavam protagonizando furtos.

O ato convocado por coletivos e instituições evidenciou não só uma violação dos Direitos Humanos, mas também o descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de evidenciar a realidade e a situação vivida pelos moradores de rua. Por isso, para Nina, “o ato é contra o silenciamento da sociedade e do estado frente a situação de abandono e violência vivida pelos moradores de rua, crianças, jovens e adultos”.

Veja imagens do ato:


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