Descriminalização do porte de drogas não será unânime no STF, diz Fux

Ministro Luiz Fux - Foto: Fellipe Sampaio/ Fotos Públicas (20/11/2014)
Ministro Luiz Fux – Foto: Fellipe Sampaio/ Fotos Públicas (20/11/2014)


Com previsão de retomada do julgamento  sobre descriminalização do porte das drogas no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta semana, o ministro Luiz Fux disse nesta terça-feira (1º) que não acredita que a votação será unânime em plenário.

“Como há um desacordo moral razoável na sociedade sobre a descriminalização, acho que esse desacordo acabará sendo retratado também em plenário. Cada integrante do tribunal tem de ter percepção bem clara sobre os valores que a sociedade elege”, destacou o ministro, que participou do lançamento do livro sobre o Novo Código do Processo Civil Temático, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

O ministro informou que o Judiciário deve suprir a falta de atuação do Poder Legislativo no tema. “O Brasil, por força de uma regra constitucional, uma vez convocado o Judiciário, é obrigado a dar sua palavra sobre o tema, na medida em que o legislador não atuou nesse campo.”

Luiz Fux acrescentou que, com o novo Código de Processo Civil (CPC), o Judiciário ganhará prestígio, uma vez que o código permitirá, a médio prazo, uma resposta judicial em tempo razoável de prestação da Justiça.

“O novo código se baseia na promessa constitucional de duração razoável dos processos. Para isso, ele é um código que tem simplificação de formas, com diminuição do número de recursos, além de trazer instrumentos capazes de permitir juízes dar uma resposta judicial mais rápida.”

Segundo o ministro, uma mudança importante do novo CPC é o instrumento que permitirá a resolução que ele denominou de “conflitos de massas”, em que a tese jurídica é aplicada de uma só vez a todas as demandas similares. Além disso, ele afirmou que a redução de recursos é uma grande contribuição à prestação da Justiça em prazo razoável.

Para Fux, o livro elaborado para estudantes, escritores e operadores do direito tem caráter didático, justamente para permitir melhor identificação do termo jurídico tratado no novo código. “Há um índice temático, de sorte que o profissional do direito saberá imediatamente onde encontrá-lo e qual é a caracterização jurídica que ele recebe.”, concluiu


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