Enem: Transexuais podem pedir para utilizar nome social até hoje

Foto: Marcos Santos/ Fotos Públicas (07/11/2014)
Foto: Marcos Santos/ Fotos Públicas (07/11/2014)

Os candidatos travestis e transexuais que irão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem solicitar a utilização de seus nomes sociais até esta sexta-feira (26). Segundo o edital do exame o “participante travesti ou transexual (pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente, em consonância com sua identidade de gênero) que após realizar sua inscrição desejar atendimento pelo nome social poderá solicitá-lo na Página do Participante no período de 15/06 a 26/06”.

De acordo com o balanço do Ministério da Educação, mais de oito milhões de estudantes se inscreveram para o Enem. O número é cerca de 10% mais baixo do que em 2014, e a queda deve-se, principalmente, ao número menor de candidatos de classes mais baixas. Nos anos anteriores, qualquer pessoa que estivesse estudando em escola pública, ou já fosse formada pela rede pública, estava automaticamente isenta de pagar a taxa.

Neste ano, estão isentos os alunos que irão concluir o ensino médio em 2015, além dos estudantes que têm bolsa integral na rede particular ou que possuem renda familiar de até 1,5 salário mínimo.

Em 2013, transexuais passaram por constrangimento

Durante a aplicação das provas do Enem de 2013, candidatas transexuais relataram ter passado por momentos constrangedores. Elas tiveram de passar  por uma rigorosa fiscalização de seus documentos, feita por dois agentes, e foram obrigadas a utilizar o banheiro destinado ao gênero que não se identificam.

Em uma reportagem da jornalista Cristiane Capuchinho, do portal Uol, do mesmo ano, a transexual Helena Brito, então com 25 anos, relatou os momentos em que se sentiu ofendida pelos fiscais quando foi fazer sua prova em São Paulo: “Eles se dirigiram a mim no masculino, e isso pesa no meio da prova, ser identificado como algo que você não é no meio de todo mundo causa constrangimento.”

Helena também contou que, devido ao medo causado pelo preconceito, teve de tomar calmantes antes da prova: “Tive que me medicar para fazer uma prova, coisas que outras pessoas não precisam. Eu acredito que meu desempenho foi afetado por causa do calmante, já que quase cochilei no meio da prova”, disse.  Na hora de utilizar o banheiro, Helena contou que o fiscal a levou diretamente ao sanitário masculino e disse, em voz alta, para outro fiscal: “Esse é homem.”

Uma situação similar também aconteceu em Sete Lagoas, Minas Gerais. Beatriz Trindade, então com 19 anos, contou que foi desrespeitada pelos fiscais. “Cheguei para fazer a prova uns 20 minutos antes. Uma das fiscais teve dúvidas e não achou que era eu pela foto. Meu documento passou pela mão de umas três pessoas para me reconhecerem”.


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