Justiça Militar decreta prisão de policiais suspeitos de execução

Foto: Reprodução/ youtube.com
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A Justiça Militar do Estado de São Paulo decretou nesta segunda-feira (14) a prisão temporária de seis policiais militares suspeitos de participar da execução de Fernando Henrique da Silva, no último dia 7, após um roubo de moto. Imagens feitas pelo celular de uma testemunha mostram um policial jogando o suspeito, algemado, do telhado de uma casa no Butantã, Zona Oeste da capital paulista.

Imagens de câmeras de segurança mostram Paulo Henrique se entregando, inclusive levantando a camisa para mostrar que não estava armado. Em seguida, ele é colocado contra um muro, fora do alcance da câmera, momento em que teria sido morto. O vídeo mostra um dos policiais pegando uma arma na viatura para, de acordo com Ministério Público, forjar um confronto e justificar a morte do suspeito.

“A SSP informa que todas as medidas legais necessárias em relação às mortes de Paulo Henrique de Oliveira e Fernando Henrique da Silva foram tomadas, tanto no âmbito penal, quanto no âmbito disciplinar-administrativo. Com a decretação pela Justiça da nova prisão temporária solicitada pela Corregedoria da PM, são 11 os policiais militares presos em decorrência dos fatos, sendo sete do 23º BPM/M e quatro do 16º BPM”, diz a Secretaria de Segurança Pública, em nota.

“Deixa que a Polícia fala”, diz Alckmin sobre execuções

Em evento na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo, nesta segunda-feira (14) o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a polícia é quem se pronunciará sobre as imagens dos vídeos divulgados em que Policiais Militares aparecem executando suspeitos durante abordagem na capital. Quando perguntado sobre a questão, a qual ele possui total responsabilidade já que comanda a Polícia Militar no Estado, o governador se esquivou.

Alckmin declarou, após ser questionado sobre quais medidas o governo tomará depois das suspeitas de execução, que os PMs “já estão presos”. Questionado sobre mudanças no comando da corporação, o governador foi receoso e encerrou entrevista: “Vamos aguardar. Deixa que a polícia fala.”

No último dia sete uma ação da Polícia Militar deixou dois homens mortos na Zona Oeste de São Paulo, no bairro do Butantã. Na última semana dois vídeos que mostram os PMs executando os dois suspeitos circularam nas redes sociais. No primeiro, um Policial Militar aparece rendendo um suspeito em cima de um telhado. Em alguns segundos o policial empurra o homem algemado de uma altura de oito metros, e, logo depois, escuta-se claramente dois tiros.

Já no segundo vídeo, um grupo de policiais, em viaturas e motos, aborda um homem que se rende instantaneamente. Ele é cercado, rendido, revistado e algemado. Quando os policiais percebem a presença da câmera de vigilância, eles levam o homem detido para mais longe. Após alguns segundos, os policiais disparam contra o homem rendido e caído no chão, este que começa a se contorcer. Logo após os disparos um policial sai correndo em direção a viatura, pega uma arma do banco traseiro do carro e implanta na mão do homem já morto.

Na sexta-feira (11), cinco policiais foram presos suspeitos da morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira. Outros dez foram detidos no domingo (13) acusados de envolvimento na morte de Fernando Henrique da Silva, que foi empurrado de cima do telhado.

Veja os vídeos:

Policiais Militares executam suspeito rendido e implantam arma na cena do crime

Homem é empurrado de telhado por Policial Militar

Veja os documentos que mostram como PMs de SP mentiram para encobrir as execuções de 2 jovens11 PMs estão presos por…

Posted by Ponte Jornalismo on Segunda, 14 de setembro de 2015


Comments

2 respostas para “Justiça Militar decreta prisão de policiais suspeitos de execução”

  1. O problema é que já não são apenas uns poucos maus policiais praticando esses crimes sob a farda da PM e com a bênção do estado. E é ainda mais assustador o número de PMs e civis que simpatizam com esse tipo de covardia.

  2. Avatar de Welbi Maia Brito
    Welbi Maia Brito

    Tentar generalizar a ação de uns poucos maus policiais é ofender toda a corporação, compostas por mais de 100 mil homens e mulheres que arriscam suas vidas todos os dias em defesa da sociedade. O governo Geraldo Alckmin tem tomado todas as providências para afastar das ruas esses que não se enquadram com o compromisso da polícia que é de Proteger e Servir. As Corregedorias das polícias têm sido extremamente enérgicas e eficazes. Os onze envolvidos no caso do Butantã já estão presos, serão julgados e expulsos da PM.

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