Manifestações “Fora Temer” e contra a PEC 55 se espalham pelo País

Foto: Reprodução/Mídia Ninja
Foto: Reprodução/Mídia Ninja

Após a aprovação da PEC 55 no Senado, que congela gastos públicos por 20 anos, manifestações contra a medida de austeridade e o governo de Michel Temer tomaram diversas capitais do País, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Porto Alegre e Florianópolis. Segundo o portal G1, 17 cidades tiveram atos. De acordo com pesquisa Datafolha, 60% da população brasileira rejeita a emenda.

São Paulo

Em São Paulo, manifestantes ocuparam a Avenida Paulista para protestar contra a aprovação da PEC que limita o teto dos gastos públicos e pedir a saída do presidente Michel Temer. A marcha, que saiu da Praça do Ciclista, seguia pacífica pela Avenida Paulista, mas quando chegou em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), um grupo de manifestantes forçou os portões e conseguiu entrar no local, por volta de 19h50.

Depois de passar pelos portões, munidos de pedras e outros objetos, os manifestantes quebraram os vidros de entrada do prédio. Eles também soltaram rojões na fachada do edifício. A Polícia Militar observou de longe a ação, mas não interferiu.

Após o episódio, a manifestação seguiu em caminhada pela avenida no sentido Paraíso, de forma pacífica. O protesto foi encerrado no quarteirão seguinte da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, por volta das 20h30, quando começou a dispersão.

O ato foi organizado pela Frente Povo sem Medo e Frente Brasil Popular. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e pediam a saída do presidente Temer. Eles carregavam faixas e cartazes com mensagens como “Fora Temer” e “Diretas Já”.

Duas mulheres foram detidas na Avenida Paulista e levadas ao 78º Distrito Policial após a manifestação. Uma menor de idade foi apreendida por desacato e uma maior de 18 anos foi presa por portar fogos de artifício, segundo informações da Polícia Militar (PM).

Após passeata ocorrida da Praça do Ciclista até proximidades da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, houve a dispersão da manifestação por volta das 20h30, no entanto, um grupo de pessoas permaneceu na Avenida Paulista. Segundo a PM, a manifestação foi encerrada totalmente às 22h21.

Em nota, a Fiesp disse que seu prédio foi alvo de um ataque criminoso. O texto diz que “vândalos dispararam dezenas de pedras e rojões contra o edifício, colocando em risco funcionários da Fiesp, do Sesi [Serviço Social da Indústria] e do Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] que saíam do local, além de frequentadores do Centro Cultural Fiesp”.

“A Fiesp lamenta profundamente o episódio. E lamenta ainda mais que uma minoria violenta ainda acredite que a depredação seja uma maneira razoável de manifestar posições políticas ou ideológicas”, diz a nota.

O líder do MTST, Guilherme Boulos, presente no protesto, comentou o episódio: “A Fiesp soltou uma nota condenando os “atos criminosos” que danificaram sua fachada durante mobilização dos movimentos populares. A Fiesp patrocinou a PEC 55 contra o povo brasileiro, apoiou o golpe (como já havia feito em 64) e é uma grande defensora da destruição dos direitos trabalhistas. Tudo isso com dinheiro público do sistema S. Ou seja, os danos na fachada da Fiesp não são nada perto dos danos que a Fiesp causa ao povo brasileiro. A paciência está acabando, seu Paulo Skaf!”, escreveu em sua página de Facebook.

Brasília

Em Brasília, a Polícia Militar reprimiu os manifestantes com bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Segundo advogada do Instituto Autonomia, uma rede de advogados populares, 64 pessoas foram detidas. Apenas um adolescente ainda está preso, acusado de ter incendiado um ônibus. Os delegados responsáveis comunicaram que os detidos seriam enquadrados no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, mas voltaram atrás após forte pressão de parlamentares e ativistas presentes no local. 

Após a dispersão, a entrada da Esplanada tinha grades de plástico incendiadas e uma parada de ônibus destruída. Espalhados pelo chão, era possível ver paus, pedras e dezenas de cápsulas deflagradas de gás lacrimogêneo. Nas imediações da rodoviária, ônibus tiveram vidros quebrados e, segundo uma testemunha, pelo menos dois deles saíam da rodoviária com passageiros. De acordo com a SSP-DF, uma viatura do Detran também foi depredada.

Com Agência Brasil


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