O feminismo e a igualdade de gênero não saem do noticiário e das redes sociais ultimamente, indicando que o Brasil começa a rediscutir o papel da mulher na sociedade, historicamente tratada como propriedade do homem. Na prática, no entanto, a exploração só aumenta.
De acordo com estatística do IBGE, a mulher trabalha cada vez mais do que o homem. De 2004 a 2014, a dupla jornada feminina aumentou uma hora, e agora elas trabalham cinco horas a mais do que eles, indica Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que consultou 150 mil famílias.
Enquanto o sexo masculino viu sua jornada fora de casa cair de 44 horas semanais para 41 horas e 36 minutos, as mulheres não só mantiveram seu ritmo de 35 horas e meia batendo cartão, como assistiram a sua jornada dentro de casa chegar a 21 horas e 12 minutos por semana, mais que o dobro da dos homens, revela reportagem do jornal O Globo.
Para Regina Madalozzo, especialista em economia de gênero, o ritmo em casa é acelerado. “Apesar da mulher ter conquistado seu lugar no mercado de trabalho, ela ainda não se libertou do trabalho doméstico. Isso só pode mudar via educação. O trabalho doméstico é responsabilidade de todos. O problema é a dificuldade de os homens aceitarem uma ocupação que não é remunerada.”
Para André Simões, do IBGE, o problema é cultural. “O menino não é estimulado a ajudar nas tarefas domésticas. A menina ganha vassoura, fogão, boneca para cuidar e o menino ganha bola para jogar futebol.”
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