Pesquisador apresenta relação entre samba e engraxates em São Paulo

Foto: Reprodução/ Sesc
Foto: Reprodução/ Sesc

O historiador André Augusto de Oliveira Santos apresentará no dia 10 de dezembro, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, a conclusão sobre sua pesquisa envolvendo o samba paulista e as rodas de música dos engraxates da cidade na primeira metade do século 20. O trabalho conclui que esses trabalhadores compunham sambas sobre seus cotidianos com os instrumentos do trabalho, de forma que a batucada colaborou para o desenvolvimento da música na cidade.

Segundo Santos, o ofício de engraxate ambulante pode ser identificado desde a segunda metade do século XIX, quando a cidade começava a crescer de modo mais assíduo e as atividades da região central se diversificavam. Com o intenso movimento nas ruas ainda de terra, meninos com caixotes de madeira passaram a circular pelas estações de trem, largos e praças do centro, oferecendo seus serviços em troca de algumas moedas. Como ocorre ainda hoje, a atividade era exercida principalmente por garotos pobres, como forma de contribuir para a renda familiar.

Para distração, os meninos formavam rodas em qualquer esquina da região central, principalmente na Praça da Sé e no Largo do Correio, para cantarem ao som do ritmo produzido nas suas caixas, latinhas e escovas. Muitas das canções que ecoavam nesses encontros eram compostas pelos próprios garotos, em letras que versavam sobre o cotidiano e a repressão a que estavam submetidos. A pesquisa identificou, entre outros, dois conhecidos sambistas de São Paulo que ao longo da década de 1940, durante parte da infância e adolescência, trabalharam como engraxates: Toniquinho Batuqueiro e Carlão do Peruche. Eles se conheceram na Praça da Sé e a partir da amizade formada naquele contexto, batucaram juntos não só na lata de graxa como também, quando adultos, nas principais agremiações carnavalescas paulistanas, como na Unidos do Peruche, que fundaram em 1956.

SERVIÇO – Vai graxa ou samba, senhor? Música dos engraxates paulistanos
Centro de Pesquisa e Formação Sesc – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar
(11) 3254.5600
Quinta-feira, 10 de dezembro, das 15h às 17h


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