Em São Paulo, a pixação é vista como ato de vandalismo, poluição visual ou qualquer outro tipo de rotulação, enquanto o Graffiti ganhou espaço nos últimos anos e já é considerado uma arte urbana. Atrai o olhar das pessoas através dos traços coloridos e abstratos, enquanto a pixação ostenta um estilo seco, com traços retos, agressivos.
Fora do Brasil, no entanto, a pixação vem sendo motivo de análise. O jornal britânico The Guardian publicou uma matéria analisando o movimento como uma forma de expressão artística. Por trás de linhas retas e arestas afiadas, as pixações não deixariam de carregar alguma mensagem sociocultural, diz o texto.
O uso de “muralhas” para dividir e segregar é algo muito comum na sociedade paulistana, desde as eleições de 1930, quando os políticos já usavam construções e muros como plataforma para fazer campanha. Na década de 1960, quando os estudantes saíram às ruas para protestar contra a ditadura militar, os muros se tornaram uma forma de protesto e lemas com “Abaixo a ditadura” passaram a ilustrar a cidade cinza, conta o Guardian.
O texto atribui à faceta do rock feito no Reino Unido e nos Estados Unidos na década de 1980 como a inspiração dos jovens paulistas naquela década. Assim, o estilo foi se difundindo gradativamente inspirando diversos pixadores a chegarem a um estilo e caligrafia própria. Estima-se que existam mais de 5000 pixadores só na cidade de São Paulo.
Mas as coisas vêm mudando. A Pixação teria se transformado em algo mais “vaidoso”. “Hoje, as pessoas desenvolvem logotipos e saem pela cidade espalhando sua marca ou a de algum grupo como se fosse um jogo. Os pixadores também são avaliados pela coragem de subir em lugares inóspitos, como o alto de um prédio, para ostentar seu simbolo”, diz o texto. Quanto mais alto o risco, mais valorizado o “artista”.
Afinal, pixação é arte ou é vandalismo?
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